Com o início da quadra chuvosa, que vai de fevereiro a maio no Ceará, os cuidados para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, chikungunya e zika vírus, precisam ser intensificados pela população. A incidência nos municípios cearenses é geralmente maior no primeiro semestre do ano.
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A médica Christianne Takeda, infectologista o Hospital São José, lembra que a principal forma de impedir a proliferação do Aedes aegypti é evitar o acúmulo de água em recipientes como garrafas, pneus e vasos de plantas. “Os ovos do inseto são viáveis por até um ano. Na hora que começa a chover, eles entram em contato com a água e eclodem, liberando as larvas, que, posteriormente, se transformam em mosquitos”, explica.
A especialista alerta que, quando chega à fase adulta, o Aedes aegypti pode percorrer uma distância de até um quilômetro. “Às vezes, a pessoa está tomando conta do próprio terreno, mas, na região, podem existir espaços favoráveis à reprodução do mosquito. Por isso, é fundamental que todos façam a sua parte e eliminem possíveis focos”, ressalta Takeda.
Sintomas e diagnóstico
Dengue, chikungunya e zika vírus têm, em comum, sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo, além de dores nas articulações e na região dos olhos. Quem apresentar estes sinais deve procurar atendimento médico, conforme orienta a infectologista. “É necessário realizar o diagnóstico para proceder com o tratamento adequado”, pontua.
Gestantes, em especial, devem comunicar a manifestação de sintomas febris durante o pré-natal, tendo em vista o risco de infecção por zika, que pode levar à má-formação cerebral do feto.
Ao longo do ano passado, 32.762 casos de dengue, 1.133 de chikungunya e 175 de zika vírus foram confirmados no Ceará. Os dados constam no boletim epidemiológico mais recente da Sesa. O documento mostra que 21 pessoas morreram em decorrência de dengue, sendo 12 mulheres e nove homens com idades entre nove e 91 anos. Houve registro de um óbito por chikungunya; a vítima foi uma bebê de 11 meses. Em relação ao zika vírus, não houve mortes.
Christianne Takeda enfatiza que pacientes diagnosticados com dengue devem redobrar os cuidados para que a infecção não evolua para uma forma grave. Entre as complicações mais comuns, estão: hemorragias; queda de plaquetas – células que ajudam na coagulação do sangue –; e desidratação significativa, que pode ser amenizada por meio da ingestão de líquidos. “As pessoas devem priorizar a ingestão de água, caldos e sucos em geral”, indica a médica.
De acordo com a especialista, frutas ácidas, como o limão, a laranja e a acerola, também podem ser consumidas normalmente.
“Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, não tem problema tomar suco dessas frutas. Esse receio existe porque há um remédio anti-inflamatório chamado ácido acetilsalicílico, que é contraindicado em caso de suspeita de dengue”, complementa. Christianne evidencia que não há tratamento medicamentoso para combater dengue, chikungunya e zika. “O que existem são formas de evitar ou ajudar na resolução de complicações”, diz.
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Prevenção contra o Aedes Aegypti
Além de agir para dificultar a reprodução do Aedes aegypti, as pessoas podem, no dia a dia, colocar em prática medidas simples para reforçar a proteção contra o mosquito. Christianne Takeda recomenda a instalação de telas de proteção em janelas e cortinas, bem como o uso de repelentes.
“Sobretudo para grávidas, outra dica para prevenir a picada do inseto é usar camisas de mangas longas e calças, ambos de tecidos leves, e meias para não deixar o corpo tão exposto”, finaliza.
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