A guerra entre Rússia e Ucrânia provocou uma atitude drástica por parte de empresas de pagamentos norte-americanas. Visa e Mastercard informaram no último sábado (05) que irão suspender as operações na Rússia, que invadiu a Ucrânia.
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O diretor executivo da Visa, Al Kelly informou, em comunicado, a seguinte justificativa para a decisão: “Somos compelidos a agir, após a invasão não provocada da Ucrânia pela Rússia e os eventos inaceitáveis que testemunhamos”.
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A empresas informaram ainda que irão trabalhar com parceiros e clientes no intuito de encerrar todas as transações do país. Já nos próximos dias, as transações com cartões Visa emitidos na Rússia não irão funcionar mais fora do território russo e quaisquer tipo de cartões Visa emitidos fora da Rússia, não irão funcionar dentro do país.
A notícia repercutiu entre os países em guerra. Através de uma ligação com o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelenskiy, o presidente dos EUA, Joe Biden, saudou as decisões da Visa e da Mastercard de suspenderem suas operações na Rússia, de acordo com a Casa Branca.
Guerra entre Rússia e Ucrânia pode impactar inflação e PIB no Brasil
A invasão da Ucrânia por tropas russas pode produzir impactos econômicos a mais de 10 mil quilômetros de distância. O Brasil pode sentir os efeitos do conflito por meio de pelo menos três canais: combustíveis, alimentos e câmbio. A instabilidade no Leste europeu pode não apenas impactar a inflação como pode resultar em aumentos adicionais nos juros, comprometendo o crescimento econômico para este ano ao reduzir o espaço para a melhoria dos preços e do consumo.
Segundo a pesquisa Sondagem da América Latina, divulgada nesta semana pela Fundação Getílio Vargas (FGV), as turbulências na Ucrânia devem agravar as incertezas que pairam sobre a economia global nos últimos meses. No Brasil, os impactos deverão ser ainda mais intensos. Uma das razões é a exposição maior aos fluxos financeiros globais que o restante da América Latina, com o dólar subindo e a bolsa caindo mais que na média do continente.
A própria pesquisa, que ouviu 160 especialistas em 15 países, constatou a deterioração do clima econômico. Na média da América Latina, o Índice de Clima Econômico caiu 1,6 ponto entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre deste ano, de 80,6 para 79 pontos. No Brasil, o indicador recuou 2,8 pontos, de 63,4 para 60,6 pontos, e apresentou a menor pontuação entre os países pesquisados.
Grande parte da queda atual deve-se ao Índice de Situação Atual, um dos componentes do indicador, que reflete o acirramento das tensões internacionais e o encarecimento do petróleo no início de 2022. O outro componente, o Índice de Expectativas, continuou crescendo, tanto no continente como no Brasil, mas a própria FGV adverte que o indicador que projeta o futuro também pode deteriorar-se caso o conflito entre Rússia e Ucrânia se prolongue.