Até o fim deste ano, o Ceará, numa parceria entre o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), deve começar a realizar um novo tratamento em pacientes com câncer. A novidade consiste na modificação das células doentes fora do corpo e depois reinseri-las no próprio paciente.
O equipamento para realização do Projeto Terapia Celular foi adquirido pelo Hemoce e será utilizado em parceria com o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da UFC.
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Pessoas em tratamento de linfoma, leucemia linfóide aguda e mieloma múltiplo poderão ser beneficiadas com a terapia.
De acordo com o professor Fernando Barroso, da Faculdade de Medicina da UFC e coordenador do Centro de Processamento Celular do Hemoce, “o projeto oferece um novo tratamento a pessoas que não têm mais alternativas de recuperação por meio de quimioterapia ou transplante de medula”.
Com o tratamento, chamado de CAR-T Cell, o paciente não precisará tomar medicamentos sintéticos, mas sim suas células serão usadas para a terapia.
Barroso explica ainda que o procedimento consiste em extrair do paciente as células de defesa (linfócitos do tipo T) e moldá-las em laboratório. Essas células são as responsáveis por comandar a resposta do corpo aos vírus e ao câncer. Os linfócitos também podem contribuir para destruir as células específicas da doença.
No laboratório, o DNA dos linfócitos é modificado por meio da inserção de um vetor viral. As novas células produzidas são chamadas de células CAR-T.
Quando o paciente as recebe de volta em seu corpo, essas novas células passam a atuar reprogramando as células do paciente contra a doença, eliminando as células doentes.
De acordo com o professor, essa “é uma terapêutica nova e revolucionária. Ela já está estabelecida na Europa e nos Estados Unidos, mas, no Brasil, está iniciando agora”. A primeira terapia do tipo foi realizada em Ribeirão Preto, em São Paulo, há dois anos.
Fernando Barroso explica que, com a nova terapia, os custos de tratamentos similares com medicamentos sintéticos vão ser reduzidos.
O Hemoce espera começar o tratamento do primeiro paciente ainda neste ano em parceria com o hospital da UFC. O equipamento já foi adquirido e está em processo de instalação. Depois disso, será feita a etapa de validação e treinamento da equipe.
O professor Fernando Barroso vem se dedicando a pesquisar sobre esse tratamento há cinco anos e realizou treinamentos nos Estados Unidos e na Europa.
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