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Pandemia completa dois anos desde decreto da OMS

Pandemia completa dois anos desde decreto da OMS

Foto: NIAID

Há dois anos, no dia 11 de março de 2020, o mundo entrou em alerta para uma doença desconhecida e mortal. A Covid-19, causada pelo coronavírus, rapidamente se alastrou em escala global e a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou estado de pandemia.

A doença começou a dar sinais do perigo quase na virada do ano de 2019 para 2020, no dia 31 de dezembro. Uma nova cepa do coronavírus começou a circular na China, na cidade de Wuhan. A variante nunca tinha sido registrada antes em humanos. A confirmação de que se tratava de uma cepa nova se deu após uma semana, no dia 7 de janeiro, por autoridades chinesas.

O coronavírus não é uma novidade no histórico de infecções pelo mundo. Esse vírus é causador de resfriados comuns, sem grandes complicações. Mas a nova variante que começou a circular há dois anos trouxe mais preocupações pela gravidade da situação dos pacientes. Antes da identificação do novo coronavírus, os pesquisadores já conheciam pelo menos outras seis cepas: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV (que causa síndrome respiratória aguda grave), MERS-COV (que causa síndrome respiratória do Oriente Médio). O novo coronavírus já foi chamado de 2019-nCoV e, no dia 11 de fevereiro de 2020, recebeu o nome de SARS-CoV-2.

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O estado de surto de coronavírus foi decretado pela OMS no dia 30 de janeiro de 2020, se tornando Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), que é considerado o mais alto nível de alerta da organização, segundo Regulamento Sanitário Internacional. Esse alerta significa que há risco de propagação da doença para outros países. A OMS emitiu o estado de emergência outras seis vezes: em 2009, pela pandemia de H1N1; em maio de 2014 pela disseminação internacional de poliovírus; em agosto de 2014 pelo surto de Ebola na África Ocidental; em 2016 pela propagação do vírus zika e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas e em 2018 pelo surto de ebola na República Democrática do Congo.

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No dia 11 de março de 2020 a OMS decretou que a disseminação do novo coronavírus se tratava de uma pandemia por conta da propagação geográfica. Até então a gravidade da situação ainda estava por ser conhecida.

No Brasil, em agosto de 2020, o país atingiu a marca de 100 mil pessoas mortas pela doença.

Em janeiro de 2021, o país começou a vislumbrar um futuro com mais esperança pelo início da aplicação das vacinas contra a Covid-19 no Brasil. No entanto, o alcance da imunização para a população aconteceu de forma lenta. Em abril de 2021, o Senado implantou uma CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito, para debater possíveis erros de gestão pública durante a pandemia. Naquele momento, cerca de 400 mil pessoas tinham morrido em decorrência da doença.

Como resultado da CPI, após seis meses de trabalho foram pedidos 80 indiciamentos, incluindo o do Presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Na ocasião, o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB) declarou que a situação deveria ser investigada “pela trágica condução no enfrentamento da pandemia, assessorado pelos piores ministros da nossa história, seja do gabinete clandestino e paralelo, seja do oficial”.

Outro resultado da CPI foi a construção de um memorial em homenagem às vítimas da Covid-19 no interior do prédio do Senado.

Em outubro de 2020, foi detectada uma mutação do vírus SARS-CoV-2. A nova cepa ficou conhecida como Variante Delta (B.1 617.2), identificada pela primeira vez na Índia.

Em novembro de 2021, um novo alerta mundial. Uma nova variante do coronavírus estava em circulação. A princípio a cepa foi identificada na África do Sul e ficou conhecida como Ômicron. A OMS divulgou que o surgimento da nova cepa causava preocupação. Por onde circulou, os casos de Covid-19 aumentaram rapidamente.

O Brasil vivia um momento de queda de casos de Covid-19 quando a Ômicron começou a circular e fazer retroceder o processo de flexibilização das regras sanitárias.

Segundo informações divulgadas pelo Instituto Butantan, a variante Ômicron possui mais de 30 mutações na proteína Spike. É essa proteína que faz com que o vírus se instale no corpo humano. Essas mutações tornaram o vírus mais transmissível e com rápida infecção dos tecidos do trato respiratório superior. Outro fator que contribuiu para o aumento da transmissão da doença foi a presença de sintomas leves na maior parte dos casos, resultando em menor quantidade de detecção.

O vírus está em constante mutação e uma subvariante da Ômicron foi identificada pela OMS: a BA.2. De acordo com a organização, a subvariante é considerada ainda mais contagiosa que a Ômicron original e com o mesmo grau de severidade.

No dia 9 de março deste ano, a OMS confirmou que uma nova variante está se espalhando. Dessa vez, o vírus combina as versões Ômicron e Delta e foi chamado informalmente de Deltacron. A variante recombinante foi identificada pela primeira vez na França, em janeiro de 2022. A recombinação genética acontece quando uma pessoa é infectada por dois micro-organismos diferentes que entram em uma mesma célula, gerando uma nova versão do vírus.

Hoje o Brasil registra 654 mil mortes provocadas pela doença. No mundo, já são 6,03 milhões de vítimas.

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