SAÚDE PÚBLICA

Dia Mundial da Luta contra a Malária: Brasil planeja erradicar a transmissão da doença até 2035

País registrou mais de 145 mil casos de malária em 2021

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25 de abril de 2022
Portal GCMAIS

Apesar de os registros de casos de malária no Brasil demonstrarem tendência de queda, os dados ainda preocupam as autoridades sanitárias. Em 2021, foram registrados 145 mil casos de malária em todo o país, sendo mais de 99% concentrados na região amazônica. No Plano de Eliminação da Malária no Brasil, em conformidade com os objetivos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ideia é eliminar a transmissão de malária até o ano de 2035.

Dia Mundial da Luta contra a Malária: Brasil planeja erradicar a transmissão da doença até 2035
Foto: Prefeitura de Caraguatatuba

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A meta brasileira é chegar a 2025 com 68 mil casos, para, então, registrar números abaixo dos 14 mil até 2030, além de reduzir o número de óbitos a zero neste mesmo ano. Segundo o Ministério da Saúde, apenas em 2020 foram investidos mais de R$ 275 milhões no combate à malária. Os planos coordenados da OMS são para que a redução da doença chegue a 90% em todo o planeta até 2030, com a eliminação da malária em pelo menos 35 países; além de evitar a reintrodução em países já considerados livres da transmissão.

Malária no Brasil

A malária é considerada um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Segundo a OMS, em 2019, 229 milhões de novos casos da doença foram notificados, com registro de mais de 409 mil óbitos ao redor do planeta. Em 2020, o Brasil registrou um total de 145.188 casos de malária, contra 157.452 casos registrados em 2019.

Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, os números estão sendo controlados aos poucos, mas é necessário ter mais prevenção, tratamento e informação para que o país consiga erradicar a doença.

“Entre 2019 e 2020 tivemos uma redução de mais de 10% do número de casos de malária no Brasil. Entretanto, apesar das boas notícias, é preciso lembrar que a malária é um desafio para a saúde pública. Por ano são mais de 140 mil casos, quase todos na região amazônica”, destaca o secretário.

Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde, 80% das ocorrências até 2019 se concentraram em 41 municípios do Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Acre, Rondônia e Mato Grosso.

Sobre a doença

A malária é uma das doenças parasitárias mais antigas do mundo, causada por quatro diferentes tipos do protozoário do gênero Plasmodium, sendo que no Brasil são encontradas três espécies: o P. Vivax (o mais comum), o P. Falciparum e o P. Malariae. A doença é transmitida pela fêmea infectada do mosquito Anopheles, que pica o ser humano, que, por sua vez, se transforma em hospedeiro do protozoário.

Se um mosquito não infectado picar uma pessoa contaminada, ele passa também a transmitir a malária. No entanto, também pode ser transmitida pelo compartilhamento de seringas, transfusão de sangue ou até mesmo da mãe para feto, na gravidez. Os sintomas mais comuns da doença são febre alta, calafrios e falta de apetite.

Causadores – No Brasil existem três espécies de Plasmodium que afetam o ser humano: P. falciparum, P. vivax e P. malariae. O mais agressivo é o P. falciparum, que se multiplica rapidamente na corrente sanguínea, destruindo de 2% a 25% do total de hemácias (glóbulos vermelhos) e provocando um quadro de anemia grave. Por isso, a malária por P. falciparum é considerada uma emergência médica e o seu tratamento deve ser iniciado nas primeiras 24h do início da febre.

Sintomas – Após a picada do mosquito transmissor, o P. falciparum permanece incubado no corpo do indivíduo infectado por pelo menos uma semana. A seguir, surge um quadro clínico variável, que inclui calafrios, febre alta (no início, contínua, e depois com frequência de três em três dias), sudorese e dor de cabeça. Podem ocorrer também dor muscular, taquicardia, aumento do baço e, por vezes, delírios.

Diagnóstico – A principal causa de morte por malária é o diagnóstico tardio e a falta de profissionais familiarizados com o quadro da doença fora da região endêmica. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que o diagnóstico dos pacientes com suspeita de malária se dê por meio de exames parasitológicos por microscopia ou de testes rápidos de diagnósticos (rapid diagnostic tests – RDTs). O diagnóstico precoce é essencial para o bom prognóstico do paciente e depende da suspeição clínica.

Tratamento – O tratamento da malária visa eliminar o mais rapidamente possível o parasita da corrente sanguínea do indivíduo e deve ser iniciado o mais rapidamente possível. O tratamento imediato com antimalárico – até 24h após o início da febre – é fundamental para prevenir as complicações. Se o teste de diagnóstico não estiver acessível nas primeiras duas horas de atendimento, o tratamento com antimaláricos deve ser administrado com base no quadro clínico e epidemiológico do paciente.

Prevenção – A prevenção da malária consiste no controle/eliminação do mosquito transmissor e pode se dar por meio de medidas individuais, com uso de mosquiteiros impregnados ou não com inseticidas, roupas que protejam pernas e braços, telas em portas e janelas, repelentes. Medidas coletivas incluem drenagem de coleções de água, pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros do vetor, aterro, limpeza das margens dos criadouros, modificação do fluxo da água, controle da vegetação aquática, melhoramento da moradia e das condições de trabalho, uso racional da terra.

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