Em 2022, até abril, 216 casos de violência sexual infantojuvenil foram notificados em Fortaleza. Nesta quarta-feira (18) é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, dentro da campanha Maio Laranja.

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No ano passado, 737 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram registrados na capital cearense. A maioria das vítimas são meninas que estão na faixa etária de 12 a 18 anos.

“Nosso objetivo principal é a proteção integral de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O dia 18 de maio marca a luta contra esse tipo de crime. É uma união de esforços para disseminar a informação. A proteção das crianças e adolescentes é papel de todos nós”, detalha Iraguassú Filho, presidente da Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci).

O projeto Maio Laranja foi criado para conscientizar a população sobre o abuso sexual de crianças e adolescentes. O principal alerta é a importância de estabelecer um diálogo saudável com os pequenos sobre a sexualidade.

Lala Fonseca, psicóloga e especialista em terapia comportamental cognitiva explica sobre a campanha.

“É de extrema importância, pois esse é um tema de tabu na nossa sociedade. Falar sobre sexo em geral é um tema delicado e aí a gente deixa de falar as vezes por vergonha, e aí o que que acaba acontecendo: as nossas crianças não ficam sabendo por nós, que somos os responsáveis por elas.”

Violência sexual infantojuvenil

De acordo com o Panorama da Violência Letal e sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de até 19 anos foram assassinados no país. A média foi de 7 mil por ano.

No período de 2017 a 2020, 180 mil jovens sofreram violência sexual com média de 45 mil casos por ano. As consequências desse tipo de episódio traumático são adultos que se sentem extremamente constrangidos e angustiados em diversas situações.

É super importante a gente perceber que a criança quando ela está passando por uma situação dessas ela se torna muitas vezes envergonhada. Ela tem vergonha do corpo, ela tem vergonha de mostrar, ela tem vergonha de expor ou ela tem vergonha de ver. Se antes ela não tinha essa vergonha ou ela não tinha esse retraimento em relação à sexualidade e ela passa a ter, isso já é um sinal de que está acontecendo alguma coisa diferente”, complementa a psicóloga Lala Fonseca.

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Rede Aquarela

Criado em 2006 pela, o programa Rede Aquarela é referência nacional no enfrentamento da violência infantojuvenil, desenvolvendo ações de prevenção e atendimento para crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. No fim de 2020, foi instituído pela lei municipal como política pública permanente. O trabalho da Rede Aquarela ocorre com os profissionais dos eixos Disseminação, Atendimento DCECA, Atendimento Psicossocial e Aquarela 12ª Vara Criminal.

“A maioria dos casos de exploração, violência ou abuso sexual ocorre dentro da casa da vítima e somente 10% dos casos são notificados. É uma violência ainda muito silenciada que precisa ser enfrentada com urgência e prioridade. Denunciar é o primeiro passo”, completa Iraguassu.

Ato em Fortaleza

A Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci) realiza, nesta quarta-feira (18), um ato em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A ação será no anfiteatro da Avenida Beira-Mar, a partir de 16h, e contará com distribuição de material informativo alertando sobre os riscos e sinais desse tipo de violência e também com a peça teatral A Chave. O ato faz parte da campanha Maio Laranja, que realiza atividades durante todo o mês.

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