O Brasil está entre os 10 países onde o suicídio mais acontece. No País, são contabilizados mais de 12 mil por ano. Fortaleza, excluindo São Paulo, que tem uma população quatro vezes maior do que a da capital cearense, é a cidade brasileira onde acontece mais suicídios. São cerca de 300 por ano. Ressalte-se que esses números são subdimensionados por causa do preconceito e do estigma associados ao suicídio. Por isso, a importância de campanhas como a do Setembro Amarelo.
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Essas informações são do professor da Universidade Federal do Ceará (UFC) e psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), Fábio Gomes de Matos e Souza, orientador do Projeto de Apoio à Vida (Pravida), uma iniciativa de extensão da Faculdade de Medicina da UFC realizada no Hospital. Nesse contexto, o Complexo Hospitalar da UFC/Ebserh preparou uma programação especial para a campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio e de valorização da vida.
No dia 1º de setembro, às 9h, o Pravida fará a abertura oficial da programação no Auditório da Reitoria da UFC. Já no dia 10, o Programa de Apoio à Vida convida a sociedade para a Caminhada Setembro Amarelo – Pravida. O ponto de concentração será na Avenida Beira Mar, em frente ao Ideal Clube, a partir das 16h.
Entre os dias 5 e 9 de setembro, serão realizadas ações preventivas com foco nos colaboradores do Complexo Hospitalar da UFC organizadas pela Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (Usost). Também com ênfase na saúde mental do trabalhador, no dia 13, das 7h às 10h, haverá Blitz Psicoeducativa na recepção principal da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (MEAC), com a participação de psicólogos e assistentes sociais.
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Sobre a realidade do suicídio
Conforme o Prof. Fábio Gomes de Matos, o suicídio é um fenômeno multifatorial envolvendo genética, gênero, desenvolvimento pessoal, traumas, personalidade, fatores ambientais e transtornos mentais, mas que pode ser prevenido.
“Os dois principais preditores do suicídio são: a tentativa prévia e os transtornos mentais. Os cinco principais transtornos associados ao suicídio são: depressão, transtorno bipolar, abuso de álcool e outras drogas, esquizofrenia e o transtorno de personalidade Borderline. De modo que não há prevenção de suicídio sem o tratamento adequado das doenças mentais”, avalia.
Essas cinco enfermidades estão entre as 10 doenças que mais incapacitam a humanidade de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Como fazer então? O psiquiatra explica que, primeiro, é preciso identificar precocemente, na fala da pessoa, sinais que podem ser sugestivos de suicídio. Levar a sério toda ameaça de por fim à própria vida, bem como identificar três pontos sugestivos dessa ideia.
- A inexistência de planos para o futuro;
- A vida é dita que não vale a pena ser vivida;
- A morte seria bem-vinda.
“Se a pessoa falar frases sugestivas como essas, encaminhá-la imediatamente a um profissional de saúde mental – psiquiatra ou psicólogo”, acrescenta o coordenador do Pravida.
Atendimento gratuito Setembro Amarelo
O Pravida realiza atendimentos às quintas-feiras, das 13h às 17h, sendo necessário um cadastro prévio por telefone. O público-alvo são pessoas maiores de 18 anos que apresentam comportamento suicida. O funcionamento acontece no Serviço de Saúde Mental do Hospital Universitário Walter Cantídio – Rua Pastor Samuel Munguba, 1.290, Rodolfo Teófilo.
Telefones: (85) 9 8400-5672 | E-mail: contato.pravida@gmail.com
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