Na reta final da campanha, o reajuste do salário mínimo entrou na agenda dos candidatos à Presidência do Brasil. Hoje, o salário mínimo é de R$ 1.212. Para 2023, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – PLN 5/22) estipula um valor de R$ 1.302, um aumento de R$ 90, que leva em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), registrada até julho de 2022.
Mas, até janeiro de 2023, o reajuste pode ser menor, já que o INPC está caindo nos últimos meses.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no entanto, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.306,97 – 5,2 vezes mais que o valor vigente.
Veja como como pensam as as equipes dos presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsnaro (PL).
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Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido que o salário mínimo está desvalorizado, porque o atual governo deixou de reajustar o salário mínimo levando em conta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, e passou a aplicar apenas a inflação do ano anterior como correção.
O plano doi petista é criar uma regra para garantir que a correção do salário mínimo fique sempre acima da inflação. A proposta é usar como base a média do PIB dos últimos cinco anos.
O ganho real seria em torno de 1,3% da renda do trabalhador em 2023. Outra ideia é a adoção de um número fixo de ganho real para 2023. A nova regra, baseada na média do PIB dos últimos cinco anos, entraria em vigor a partir de 2024.
Bolsonaro
O ministro do presidente Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, quer desindexar o salário mínimo, que é corrigido pelo INPC do ano anterior. O reajuste levaria em conta a expectativa de inflação e seria corrigido, no mínimo, pela meta de inflação, que é medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e, geralmente, é menor que o INPC. Com isso, o salário mínimo pode ficar abaixo da alta dos preços.
Questionado sobre notícia veiculada no jornal Folha de S.Paulo de que o plano do governo seria indexar salário mínimo e aposentadorias à expectativa de inflação futura, Guedes disse que não haverá mudanças que prejudiquem os mais frágeis. “A gente não vai no meio do jogo mudar a regra para atrapalhar alguém”, completou. Mas, admitiu que o projeto com as mudanças devem ser enviadas pelo governo ao Congresso quando passar as eleições.
Leia mais | Guedes admite plano para desindexar reajuste do salário mínimo pela inflação
Bolsonaro arrecada R$ 65 mi; Lula recebe R$ 1,3 mi
Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 65 milhões em doações de pessoas físicas para os segundo turno. No primeiro turno, a campanha havia arrecadado R$ 25 milhões. Na soma, a campanha do ex-presidente Lula recebeu R$ 1,3 milhão em doações de pessoas físicas.
Foram R$ 978 mil antes do primeiro turno e R$ 405 mil. Conforme levantamento, entre os maiores doadores da campanha de Bolsonaro estão o advogado evangélico Fabiano Zettel (R$ 3 milhões) e o ex-secretário de Bolsonaro e dono da Localiza, Salim Mattar (R$ 1,8 milhão).
Entre os maiores doadores de Lula estão o empresário Altair de Jesus Vilar Guimarães (R$ 600 mil) e Hélio Martins Tristão (R$ 114 mil). Em financiamentos coletivos, Bolsonaro recebeu R$ 257,5 mil. Lula arrecadou R$ 1,6 milhão, segundo dados do TSE.
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