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Saiba quem é Roberto Jefferson, ex-deputado que atirou contra agentes da Polícia Federal

Saiba quem é Roberto Jefferson, ex-deputado que atirou contra agentes da Polícia Federal

Foto: Divulgação

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) voltou ao noticiário após atirar contra agentes da Polícia Federal que cumpriam mandado de prisão, neste domingo (23). De acordo com a investigação, Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra os policiais. O episódio foi registrado na casa do ex-parlamentar, em Levy Gasparian, no Rio de Janeiro.

Roberto Jefferson entrou no meio político em 1971, quando apresentou filiação ao MDB. Também passou pelo PP e, anos depois, filiou-se ao PTB, partido no qual permanece até os dias de hoje, como presidente de honra. Ao longo de toda a carreira política, Roberto Jefferson esteve na base de apoio a diferentes governos desde Fernando Collor a Bolsonaro.

No governo de Jair Bolsonaro, Jefferson se mostrou um aliado de primeira hora das políticas defendidas pelo presidente. Apesar do envolvimento com escândalos de corrupção conhecidos, Jefferson teve alinhamento ideológico com o Bolsonaro ao longo dos últimos anos.

Logo após o ex-parlamentar resistir à prisão e atirar contra os policiais federais, o presidente Bolsonaro fez uma live e declarou que não tinha fotos com Roberto. Mas, um levantamento rápido na internet mostra alguns registros dos dois juntos.  Em uma postagem de 14 de abril de 2021, o ex-deputado escreveu: “Meu presidente encarna todos os meus credos. Prometo defendê-lo enquanto pólvora tiver”.

Roberto Jefferson foi ainda recebido por Bolsonaro em 3 de agosto de 2021, dez dias antes de ser preso pela PF. O encontro foi registrado na agenda oficial do presidente. O ex-deputado foi preso por participar de uma suposta organização criminosa que atua nas redes sociais para atacar a democracia, além de ter ameaçado a integridade física dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

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Fama na TV

Antes de se consagrar como político no Congresso, Roberto Jefferson Monteiro Francisco conquistou fama como advogado de pobres no programa popular “O Povo na TV”, atração exibida na antiga TVS (atual SBT) na década de 1980. Foi graças à audiência do programa que, em novembro de 1982, Jefferson se tornou o candidato a deputado federal mais votado do o PTB, recebendo 84 mil votos dos eleitores do Estado do Rio, de acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Apesar de algumas desavenças com o partido, conseguiu ser reeleito em 1986 a tempo de participar da Assembleia Nacional Constituinte como suplente em uma subcomissão de Orçamento e Fiscalização Financeira. Na votação da Constituição de 1988, posicionou-se mais alinhado ao grupo conservador.

Foi candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições de 1988, mas foi derrotado pelo candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Marcelo Alencar. Voltou ao posto de deputado federal, onde iria exercer forte papel na defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello, eleito em 1989.

Governo Collor

Roberto Jefferson finalmente chegaria aos holofotes do Congresso e envolvimento com casos de corrupção durante o Governo de Fernando Collor.  Após revelações de que o presidente estaria envolvido em um esquema de tráfico de influência com o ex-tesoureiro de campanha, Paulo César Farias (conhecido como PC Farias), Collor foi alvo de uma CPI e Jefferson posicionou-se como um dos poucos parlamentares que sustentou a defesa ao presidente até a renúncia.

Mensalão

Em maio de 2005 veio à tona o escândalo do mensalão e Roberto Jefferson também estava envolvido. Apesar de ter sido um dos denunciantes do esquema, ele foi acusado de ter participação direta. O deputado narrou a prática de um suposto esquema de mesadas dentro do Governo Federal, na qual parlamentares da base aliada, como o Progressistas (PP) e o Partido Liberal (PL), recebiam pagamentos para aprovarem projetos interessantes ao governo Lula. PL que hoje é o partido do presidente Jair Bolsonaro.

Sete anos depois, em 2012, o ex-deputado foi condenado no julgamento do mensalão. Ele foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão. Mas, a pena foi cancelada por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF.

Milícias digitais

Desde janeiro deste ano, o ex-parlamentar cumpre prisão domiciliar e é investigado pelo STF, no âmbito do inquérito das mílicias digitais. A prisão preventiva foi decretada em agosto de 2021 por determinação do relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.

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O inquérito que investiga a organização e o funcionamento de uma milícia digital voltada a ataques à democracia foi aberto em julho de 2021, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, que se tornou relator do processo, e é um desdobramento de uma outra investigação sobre atos antidemocráticos.

A Polícia Federal apura indícios e provas que apontam para a existência de uma organização criminosa que teria agido com a finalidade de atentar contra o Estado democrático de direito. Entre os nomes citados no processo em um pedido para acessar quebras de sigilo, estão os assessores da Presidência da República acusados de integrar o chamado “gabinete do ódio”, que seria encarregado de promover ataques virtuais nas redes sociais contra desafetos da família do presidente Jair Bolsonaro (PL) e adversários do governo.

 

Confira o vídeo

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