Os americanos comparecem às urnas nesta terça-feira (8) para eleições legislativas que podem decidir o futuro político do presidente dos Estados Unidos (EUA) Joe Biden, que fez um apelo para que o país “defenda a democracia” pouco antes de seu antecessor, Donald Trump, anunciar que fará um “grande anúncio” no dia 15 de novembro, o que muitos analistas acreditam que será a pré-candidatura à Casa Branca.
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As eleições nacionais nos Estados Unidos acontecem, como determina a tradição, na terça-feira posterior à primeira segunda-feira do mês de novembro.
As “midterms” (eleições de meio de mandato) definirão toda a Câmara de Representantes, um terço do Senado, vários governos estaduais e importantes cargos locais. Também acontecem referendos sobre o direito ao aborto em quatro estados: Califórnia, Vermont, Kentucky e Michigan.
Depois de uma campanha difícil, que teve a inflação como tema central, os republicanos acreditam que retomarão a maioria no Congresso.
“Se você deseja dar um fim à destruição de nosso país e salvar o sonho americano, deve votar pelos republicanos”, afirmou Trump, onipresente na campanha, durante um comício na última segunda-feira em Ohio, um dos redutos industriais do país.
O milionário de 76 anos entende que uma vitória de republicanos que o apoiam nesta terça-feira pode representar o trampolim ideal para uma candidatura na eleição presidencial de 2024.
Inflação
Organizadas dois anos após a disputa presidencial, as eleições de meio de mandato sempre são consideradas um referendo sobre o governo.
Poucas vezes o partido do presidente em exercício escapa do voto de castigo. Os democratas tentaram atrair até o fim da campanha o voto da esquerda e do centro, ao alegar que a oposição republicana é uma ameaça à democracia e às conquistas sociais, como o direito ao aborto.
“Nossa democracia está em perigo”, declarou o presidente Joe Biden, de 79 anos, durante o comício de fim de campanha em Maryland, na segunda-feira à noite.
Mas a inflação (8,2% em média) permanece a principal preocupação dos americanos, e os esforços de Joe Biden para reivindicar o papel de “presidente da classe média” não parecem ter dado resultado.
Perder o controle nas duas Câmaras do Congresso teria graves consequências para o presidente democrata, que já declarou ter a “intenção” de disputar a reeleição em 2024.
Na segunda-feira, Biden afirmou que estava “otimista” com o resultado da eleição, mas admitiu que manter a maioria da Câmara de Representantes será “difícil”.
Como sinal do interesse dos americanos nas eleições, mais de 43 milhões de pessoas já haviam votado até segunda-feira à noite, de maneira antecipada ou pelo correio. Os resultados de algumas disputas mais acirradas podem demorar dias até o anúncio.
Duelos nos EUA
Concretamente, as eleições de meio de mandato são definidas em alguns estados-chave, os mesmos da votação presidencial de 2020.
Todos os olhos estão voltados para a Pensilvânia, antigo reduto da indústria siderúrgica, onde o milionário cirurgião republicano Mehmet Oz, apoiado por Donald Trump, enfrenta o democrata John Fetterman, ex-prefeito de uma pequena cidade, pela cadeira mais disputada do Senado. O resultado desta eleição pode definir o equilíbrio de poder no Senado.
Assim como em 2020, a Geórgia também chama atenção. O democrata Raphael Warnock, o primeiro senador negro eleito nesse estado do sul com um forte passado segregacionista, tenta a reeleição contra Herschel Walker, afro-americano e ex-jogador de futebol americano, que tem o apoio de Trump.
Arizona, Ohio, Nevada, Wisconsin e Carolina do Norte também são cenário de disputas acirradas entre os democratas e candidatos apoiados por Donald Trump, que juram lealdade absoluta ao ex-presidente.
As campanhas custaram centenas de milhões de dólares e transformaram essas eleições de meio de mandato nas mais caras da história dos Estados Unidos.
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