O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, avaliou que os manifestantes bolsonaristas que pedem por intervenção militar e a anulação das eleições de 2022, estão fazendo um protesto “tardio”. “Está chegada a hora de as pessoas compreenderem que ele foi eleito e agora tem que governar”, disse Mourão, referindo-se à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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As declarações foram feitas em uma entrevista, publicada nesta sexta-feira (02), pelo jornal Gazeta do Sul. Nela, o vice-presidente rejeitou a determinação de que os manifestantes seriam “golpistas”, mas disse que os atos deveriam ter acontecido quando Lula teve os direitos políticos restabelecidos e pôde, assim, concorrer à Presidência.
“A partir do momento em que aceitamos participar do jogo com esse jogador, que não poderia participar, tudo poderia acontecer, inclusive ele vencer, conforme venceu”, opinou Mourão.
Vice nega que Bolsonaro irá renunciar. Na entrevista, Hamilton Mourão confirmou que, “pelo o que sabe”, o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fará o rito de passar a faixa da presidência a Lula, tal qual como Michel Temer (MDB) fez para ele em 2018.
“Essa questão da passagem da faixa é de menor importância nesse momento. É apenas um ato simbólico, que significa o final de uma transição entre um grupo que está saindo do governo e outro que está chegando”, afirmou.
Portaria de Bolsonaro impede Lula de receber Nicolás Maduro
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer todos os chefes de Estado aliados ao Brasil na cerimônia de posse e já enviou um comunicado ao Itamaraty para solicitar o convite formal às autoridades. No entanto, um dos convidados, o líder venezuelano Nicolás Maduro está impedido de vir ao país, em razão de uma portaria editada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019.
O documento, assinado pelos então ministros Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), proíbe a entrada no Brasil de “altos funcionários do regime venezuelano”. A justificativa é que os atos do atual regime “contrariam princípios e objetivos da Constituição Federal, atentando contra a democracia, a dignidade da pessoa humana e a prevalência dos direitos humanos”.
Para Maduro vir à posse, a portaria precisaria ser revogada, o que a equipe de transição de Lula considera improvável. Uma das alternativas estudadas por aliados do petista é a emissão de um salvo-conduto para garantir a entrada do presidente venezuelano no Brasil. O convite a Maduro se estende a todos os chefes de Estado que possuem relação diplomática com o Brasil, conforme o comunicado enviado por Lula ao Itamaraty.
Em 2019, quando Maduro tomou posse, o presidente Bolsonaro indicou apoio à saída do presidente venezuelano, após uma reeleição não reconhecida pela comunidade internacional. O presidente brasileiro reconheceu Juan Guaidó, adversário de Maduro, como presidente da Venezuela.
Na posse de Bolsonaro, em 2018, o governo da Venezuela negou um convite feito por autoridades brasileiras para participar da cerimônia.
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No novo governo, Lula quer retomar a aliança com a Venezuela e estreitar os laços com Maduro, como informam interlocutores do petista. Uma das primeiras ações será deixar de reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela. Outra medida será reabrir as representações diplomáticas do Brasil em Caracas e no restante do país — elas foram fechadas pelo ex-chanceler Ernesto Araújo.
Pelas redes sociais, Maduro já manifestou alinhamento com o presidente brasileiro eleito. Ele comemorou a vitória de Lula nas urnas. “Vivam os povos determinados a ser livres, soberanos e independentes! Hoje no Brasil a democracia triunfou. Parabéns, Lula! Um grande abraço!”, publicou Maduro.
* Com informações do portal parceiro R7.
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