Até a meia-noite desta sexta-feira (23), funcionários de empresas aéreas de todo o país participam de uma votação online convocada pelo SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) para decidir sobre a continuidade da greve da categoria, iniciada na última segunda (19). Os trabalhadores devem avaliar a nova proposta do TST (Tribunal Superior do Trabalho) de renovação da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) da Aviação Regular 2022/2023 e informar se a aceitam ou não.
O resultado da votação, assim como a decisão sobre o fim ou a manutenção da greve, que está no quarto dia, será divulgado em uma transmissão ao vivo à 0h30, no canal do SNA no YouTube. “Se a maioria aceitar a proposta, voltamos amanhã, mas se a decisão for pela manutenção da greve, ela continua marcada para amanhã, de forma intensiva, porque temos que endurecer”, falou Henrique Hacklaender, presidente do SNA. A proposta em votação foi apresentada pela vice-presidência do TST e contempla as seguintes cláusulas econômicas:
(1) aumento de 100% do INPC (índice nacional de preços ao consumidor) nos salários fixos e variáveis, o que corresponde a 5,97%, + 1% de aumento real, a incidir sobre: (a) diárias nacionais; (b) piso salarial; (c) seguro; e (d) multa por descumprimento da Convenção; (1.1) vale-alimentação – também é reajustado em 100% do INPC (5,97%), mas é somado 1% sobre o valor atual.
(2) para o teto de recebimento, é oferecido um aumento de 100% do INPC (5,97%), menos 2,74%. Esses reajustes não incidem nas diárias internacionais, que são pagas em moedas estrangeiras, conforme o lugar (dólar, euro, libra, etc.). Além das cláusulas econômicas, a proposta prevê a manutenção das demais cláusulas previstas em CCT.
Os comissários de bordo e pilotos aprovaram a realização da greve em uma assembleia realizada na quinta-feira (15). Eles pedem a recomposição das perdas inflacionárias e um ganho real nos salários, para compensar as perdas com a pandemia — que, segundo o sindicato, foram de “quase 10%”.
A categoria também reivindica que as companhias aéreas “respeitem os horários de início e de término das folgas, e não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo”.
O SNA explica que as demandas dos trabalhadores “estão baseados nos altos preços das passagens aéreas, que têm gerado crescentes lucros para as empresas”, e no fato de que as companhias “reduziram o custo de folha de pagamento em mais de 30%, se comparado com os demais custos”.
Segundo Hacklaender, “os preços das passagens estão no patamar mais alto dos últimos 20 anos, e [as empresas] estão financeiramente melhores do que antes da pandemia”. Por isso, ele diz, é “justo e razoável que os tripulantes tenham a garantia de que seus horários de folga serão respeitados”, e que tenham ganho real de salário.
A paralisação acontece das 6h às 8h, nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Rio-Galeão, Santos Dumont, Viracopos, Porto Alegre, Brasília, Confins e Fortaleza. O sindicato garantiu que decolagens com órgãos para transplante, enfermos e vacinas não seriam afetadas, mas a interrupção dos voos tem provocado cancelamentos e atrasos nestes quatro dias da greve.
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