A endometriose é uma doença crônica que ocorre quando o endométrio, tecido que cresce apenas no útero, passa a alcançar outras regiões do corpo, como os ovários, as trompas e até mesmo outros órgãos, como o intestino e a bexiga. Segundo o Ministério da Saúde, 7 milhões de mulheres brasileiras têm endometriose, o que corresponde a uma em cada dez no país. Mas nem todas elas sabem disso, principalmente por causa da dificuldade de confirmar o diagnóstico da doença ao longo da vida.
Ainda existem muitos mal-entendidos e dúvidas que cercam essa condição. Por isso, Thiago Borges, ginecologista e cirurgião que faz atendimento no Serviço de Endometriose do Hospital São Lucas Copacabana, da Dasa, desvenda os cinco principais mitos e verdades sobre a doença.
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Perguntas sobre endometriose
Verdade. Mesmo que não seja possível identificar o que causa a endometriose nem como preveni-la ao longo da vida, alguns hábitos de saúde, como priorizar uma boa alimentação, manter a prática regular de exercícios, ter um dia a dia menos estressante e prezar por boas noites de sono ajudam a reduzir os riscos de desenvolver a condição.
Verdade. Até 40% das pacientes podem apresentar infertilidade como causa da endometriose. Porém, apesar de esse ser um dos principais sintomas da doença, a endometriose apenas dificulta o processo de fecundação e, consequentemente, o desenvolvimento da gravidez, normalmente em casos mais avançados da doença.
Verdade. Segundo Borges, alguns dos sintomas da endometriose também são observados em outras doenças do aparelho reprodutor feminino, como dores intensas durante o ato sexual com penetração, cólicas fortes nos dias de menstruação e incômodo ao urinar ou evacuar.
Por isso, o médico que acompanha a paciente pode levar um tempo considerável para receber o diagnóstico de endometriose, já que é preciso avaliar a reincidência dos sintomas ao longo dos meses. Estima-se que, no Brasil, o diagnóstico pode levar até dez anos para ser confirmado.
Mito. Apesar de mulheres que têm casos da doença na família terem mais chances de desenvolver a endometriose, isso não é uma regra e pode nunca acontecer. Outros fatores de risco que estão relacionados ao desenvolvimento da doença são não ter filhos, começar a menstruar cedo (antes dos 12 anos), ter anormalidades no útero e ciclos menstruais longos.
Não existe cura para a endometriose?
Verdade. Ainda não foi descoberta a cura para a endometriose, mas, atualmente, existem diversos tipos de tratamento que podem ser considerados para aliviar os sintomas no dia a dia da paciente, como mudanças na alimentação e utilização de hormônios bloqueadores da menstruação.
Segundo Borges, a cirurgia tem o seu papel quando a paciente com endometriose não obteve melhora com outros tipos de tratamento ou quando as lesões causadas pela doença oferecem risco para a saúde da mulher. Nesse cenário, destaca-se a cirurgia robótica, que traz o que há de mais moderno em técnica cirúrgica para as pacientes.
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