Ex-secretário de Segurança do Distrito Federal teve a prisão decretada após ordem do ministro Alexandre de Moraes
Dino vai pedir extradição de Torres caso ele não se apresente até segunda-feira (16)
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou, nesta sexta-feira (13), que o governo federal vai esperar que Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, se apresente à Justiça até segunda-feira (16). Caso contrário, vai pedir a extradição dele aos Estados Unidos.
Torres deixou o Brasil e viajou de férias para os Estados Unidos no início de janeiro. A prisão do ex-secretário foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após acusação de inércia nos atos de vandalismo do último domingo (8).
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“Temos o anúncio de que o senhor Anderson, após a decretação de prisão, iria se apresentar, não houve ainda a marcação da data [de apresentação], nós vamos aguardar até a segunda-feira, nós desejamos que ele se apresente”, afirmou Dino.
“Caso essa apresentação não se confirme, por intermédio dos mecanismos de cooperação internacional, a determinação foi de que seja deflagrado esse procedimento [extradição]”, completou.
Moraes atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que alega que Torres se omitiu em relação aos atentados que ocorreram em Brasília contra as sedes dos Três Poderes, no último domingo (8). O governador afastado Ibaneis Rocha afirmou que Torres, que estava no comando da Secretaria de Segurança do DF no dia do ataque, viajou sem autorização.
Em uma rede social, Torres divulgou uma nota em que rebate as suspeitas de conivência com os extremistas. Ele também disse que foi surpreendido pela violência da manifestação e que as cenas vistas em Brasília eram “inimagináveis a todas as instâncias dos poderes da República brasileira”.
Durante busca e apreensão, a Polícia Federal encontrou na casa do ex-ministro da Justiça uma minuta (um rascunho) de um decreto que tentaria mudar o resultado da eleição. O documento encontrado pela corporação no armário de Torres supostamente tinha como objetivo decretar estado de defesa no prédio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota, Torres afirmou que o documento foi vazado fora de contexto e ajuda a alimentar “narrativas falaciosas” contra ele. “Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado. Tudo seria levado para ser triturado oportunamente no MJSP”, explicou.
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