As investigações da polícia revelaram que o anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo, preso por estuprar pacientes sedadas, no Rio, nesta segunda-feira (16), também guardava os vídeos do crimes e mais de 20 mil arquivos de pornografia infantil.
“Tenho muita experiência em investigações em crimes desta natureza. Mas, especialmente sobre esse caso, nunca vi algo tão violento, tão cruel. Não só por armazenar esses vídeos, com conteúdo extremamente agressivo, mas também a violência contra as vítimas submetidas aos cuidados do profissional, que aproveita o momento de vulnerabilidade e comete esses abusos”, disse o delegado Luiz Henrique Marques, responsável pela prisão.
Segundo o delegado da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), o anestesista não negou os crimes em depoimento. A defesa dele ainda não foi localizada.
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Agora, a polícia continua a investigação para identificar se o médico fez outras vítimas e criou algum tipo de perfil falso na internet para se comunicar com crianças e adolescentes, com o objetivo de obter os conteúdos de pornografia infantil.
De acordo com a polícia, o Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio) afirmou que Andres não era credenciado no conselho entre os anos de 2020 e 2021, data em que teria cometido os crimes contra pacientes durante cirurgias. Caso a informação seja confirmada, o anestesista ainda pode responder por exercício ilegal da profissão.
Prisão do anestesista surpreendeu esposa
Os investigadores prenderam Andres Eduardo Onate Carrillo em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, no início da manhã.
O delegado Luiz Henrique Marques contou, em entrevista à Record TV, que a esposa de Andres se surpreendeu com a ação da polícia. Inicialmente, ela não acreditou, mas, no momento da busca e apreensão, a mulher se convenceu da participação do marido nos crimes.
Nas redes sociais, o médico fazia declarações à esposa e, recentemente, havia publicado fotos do pedido de casamento na torre Eiffel, em Paris, na França.
Na residência, os policiais recolheram dispositivos eletrônicos, como celular e computador, que vão passar por perícia.
As investigações tiveram início no final do ano passado, com base em informações do Sercopi (Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil), da Polícia Federal, e apoio do setor de inteligência da Polícia Civil.
Além dos conteúdos de pornografia infantil, os agentes encontraram vídeos que o próprio médico anestesista gravou dos estupros contra pacientes. Ao menos duas vítimas que foram identificadas não se lembram dos crimes.
As mulheres haviam se internado para fazer cirurgias e precisavam de anestesia geral. Uma passou por um procedimento de laqueadura e a outra retirou o útero. Um caso ocorreu em um hospital federal, e o outro, em um estadual.
A polícia ainda investiga se o médico fez outras vítimas. “Criminosos dessa natureza costumam cometer crimes em série. É possível que surjam outras vítimas no decorrer da investigação. Foram apreendidos celular e computador. Com as perícias que vão ser feitas agora, certamente outras vítimas serão identificadas. A polícia pede a eventuais pacientes desse anestesista que passaram por procedimentos e desconfiaram de irregularidades, qualquer dúvida, que procurem a delegacia, que serão atendidas e poderão vir a colaborar com a investigação.”
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