Um bebê, de três dias, morreu após a mãe ter tido problemas durante o parto no Hospital e Maternidade Jesus José Maria, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo. Os pais da criança, Mateus Gabriel e Bruna Damasceno, afirmaram ao portal R7 que houve negligência médica: “Quebraram o crânio do meu filho no parto”.
Bruna deu entrada na unidade por volta das 12h do dia 4 de janeiro, sem dores, mas estava com a pressão alta. Como a mulher já tinha 39 semanas de gestação, os profissionais da saúde optaram por interná-la e induzir o parto.
Até então, o bebê, que se chamaria Leo Gabriel, estava “perfeitamente bem”, conforme relata a mãe. Às 14h, os funcionários do local optaram pelo uso do balão intracervical para dilatar mais rápido. “Foi uma dor insuportável, mas eu só pensava em ver o rosto do meu filho”, conta a mulher.
Às 19h, o pai subiu ao leito para acompanhar o nascimento do filho. Bruna já estava com oito dedos de dilatação, mas o bebê ainda não saía. Às 22h, a bolsa da mulher estourou, ela e o marido chamaram a médica e pediram pela cesárea, mas “nada foi feito”.
Até então, Bruna já tinha desmaiado duas vezes pela dor intensa. Apenas às 2h da manhã do dia 5, os profissionais decidiram levar a mulher para a sala de parto, mas continuaram tentando o normal, nada da cesárea.
Ela chegou a tomar uma anestesia local e fizeram uma nova incisão para que Bruna tivesse mais passagem para o bebê sair. “Aplicaram mais de cinco vezes a tal da rack nas minhas costas”, conta. “Nesse momento, eu achei que meu filho sairia e acabaria toda aquela tortura, mas eles continuaram insistindo para que eu fizesse força”.
Às 4h, começaram a fazer o corte para a cesárea, mas segundo a Bruna, a anestesia não estava fazendo efeito, então sentia tudo. “Eu avisei, mas eles nem ligaram, me trataram como se eu fosse um pedaço de carne na mesa”.
Depois disso, a mulher precisou ser intubada e, quando colocaram o aparelho, acabaram arrancando o dente de Bruna. Só as 4h20, Leo veio ao mundo e foi levado direto para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
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Aos pais, os médicos e enfermeiros relataram que o bebê estava com falta de ar. Mas, segundo eles, o filho sofreu traumatismo craniano em algum momento da indução do parto, porque a cabeça dele ficou mais “mole que o normal”, devido à moleira que é comum em recém-nascidos.
O pai, que estava presente, conta que os agentes da saúde colocaram tanta força em um dos momentos da indução, que chegou a “ouvir barulho de ferro batendo um no outro”, relata sobre os equipamentos usados pelos profissionais.
Ainda segundo os pais de Leo, o filho chegou a ficar três dias internado, mas não resistiu. Eles chegaram a ir ao hospital com um advogado pedir esclarecimentos sobre os procedimentos, mas a unidade afirmou que entraria em contato depois. “Até agora nada”, conta Matheus. O casal vai denunciar o caso.
A causa da morte do bebê foi registrada como choque cardiogênico e anoxia neonatal grave, que é quando falta oxigênio no cérebro.
A reportagem tentou entrar em contato com o Hospital e Maternidade Jesus José Maria e com a Secretaria de Saúde de Guarulhos para um posicionamento, mas, até o momento, não obteve retorno.
*Com informação do portal parceiro R7.
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