A Câmara dos Deputados e o Senado realizam eleição, nesta quarta-feira (1º), que vai definir a composição da nova Mesa Diretora, responsável pelas funções administrativas no Parlamento. A votação ocorre de forma secreta. Atuais comandantes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, disputam como favoritos.
Arthur Lira (PP-AL), Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (NOVO-RS) disputam a presidência da Câmara. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Pode-CE) concorrem ao cargo de presidente do Senado.
Os parlamentares articulam alianças partidárias, que envolvem a distribuição de funções na Mesa e dos comandos das comissões temáticas no Congresso.
O que dizem os candidatos a presidente da Câmara e do Senado
Câmara
Arthur Lira (PP-AL)
Ele defende que discussões sobre a reforma tributária serão o tema prioritário de um eventual novo mandato à frente da Casa. De acordo com ele, o tema terá preferência, por exemplo, em relação à nova âncora fiscal e a nova alocação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Em entrevista à GloboNews, Lira afirmou que “a maioria dos deputados” espera que o Coaf volte ao Banco Central e não seja transferido para o Ministério da Fazenda. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs o contrário em uma medida provisória (MP) editada em janeiro.
“Algumas matérias estão à frente dessas discussões da MP do Coaf, que pode ser debatida até abril. Outras matérias precisam ser discutidas. Teremos que abrir, rapidamente, as discussões da reforma tributária, que precisam transitar por ao menos dois meses e os novos deputados revisitem esses temas. É difícil conversar sobre isto ainda. Estas escolhas serão feitas, é óbvio, ouvindo o governo”, afirmou o atual presidente da Câmara dos Deputados.
Chico Alencar (PSOL-RJ)
Em seu programa de candidato à presidência da Câmara pelo PSol, o deputado eleito listou mais de vinte prioridades. Entre as quais, ele critica o orçamento secreto, defende a revogação do teto de gastos, a proteção das florestas e o compromisso para maior participação das mulheres na política.
Marcel Van Hattem (NOVO-RS)
O deputado federal anunciou a candidatura nesta terça-feira (31), um dia antes da votação e declarou se nome da disputa é uma nova alternativa à Câmara dos Deputados e aos colegas parlamentares. “Entendemos que as candidaturas que estão postas e lançadas representam, uma, o espectro da esquerda, inclusive a mais radical do PSOL, e a outra candidatura representa o centro, com apoios de vários partidos, a grande maioria dos partidos representados na Câmara, inclusive com o apoio do PT e do presidente Lula.”
Van Hattem disse que a candidatura dele representa uma oposição ao governo Lula e ao PT, mas independente do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
O candidato também defendeu o retorno de pautas de combate à corrupção, como o fim do foro privilegiado, e disse ser preciso avançar nas reformas econômicas.
“Algumas das pautas anticorrupção ficaram de lado no último mandato. Estamos oferecendo o meu nome para ser esta alternativa. Não se trata de uma candidatura partidária, mas sim um movimento que tenta trazer parlamentares que corroboram com o nosso pensamento”, afirmou Van Hattem em entrevista à imprensa.
Senado
Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
O atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), manifestou interesse na reeleição. O parlamentar tem se aproximado do governo de Lula. Na candidatura anterior, ele foi apoiado pelos bolsonaristas.
O parlamentar garantiu a reforma tributária e a regra fiscal serão prioridades no Congresso. “Reforma do código eleitoral, reforma tributária, mudança do marco fiscal e lei das fake news, que precisa ser aprovada no Brasil porque ninguém aguenta mais essa milícia digital que atenta contra a dignidade das pessoas”, declarou em entrevista à GloboNews na tarde desta terça-feira (31).
Rogério Marinho (PL-RN)
Ex-ministro do Desenvolvimento Regional, é apoiado pela ala do ex-presidente Bolsonaro. Em publicação nas redes sociais, ele declarou: “Vamos juntos reestabelecer o respeito às prerrogativas do Senado, a normalidade democrática e defender as conquistas sociais e econômicas que pertencem ao povo brasileiro”.
Eduardo Girão (Podemos-CE)
O senador afirma que como presidente atuará para reaproximar o senado do povo. “A decisão mais importante do ano é amanhã, 16h. Decidiremos se nossa Casa dará aos brasileiros a Esperança de novos tempos de democracia e livre opinião no País. Com transparência haverá mudança!”, escreveu nas redes sociais.
O parlamentar também afirma que pretende defender medidas para “livre opinião, anti-corrupção, anti-privilégios e em favor da Vida/família”.
O cearense também é aliado fiel de Bolsonaro.
Eleições para presidentes da Câmara e Senado
Os trabalhos no Senado recomeçam na quarta-feira (1º) com a posse dos senadores eleitos em outubro de 2022. O início está previsto para as 15 horas. Depois, às 16 horas, começa a reunião preparatória destinada à eleição do presidente do Senado. O mandato do presidente, que também responde pela Presidência do Congresso Nacional, é de dois anos. Tradicionalmente, o registro de candidaturas à presidência do Senado pode ser feito até o início da reunião em que ocorre a eleição.
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