Na segunda reportagem sobre Síndrome de Down, o Jornal da Cidade apresenta histórias de acesso à educação dessas pessoas. Por lei, elas têm o direito de ser acolhidas na escola regular. Embora já exista o acesso, ainda há um caminho a percorrer para que a inclusão seja efetiva.
Betinho está sempre focado nos estudos e já sabe qual roteiro pretende seguir na vida. Ele tem Síndrome de Down, diagnóstico informado à mãe dele, Rejane Carvalho Stuart, apenas no nascimento. As incertezas começaram no mesmo instante e assustaram, mas não impediram a servidora pública de oferecer o melhor para o filho, principalmente no quesito educação.
“A gente vai dando e a pessoa vai respondendo. Qualquer ser humano, com deficiência ou não Se você limita, ele é limitado. Se você não limita, ele vai longe. Sempre pensei isso”, comenta Rejane.
Aos 27 anos, ele cursa Cinema em uma universidade particular de Fortaleza e já se imagina atuando na área.
“Gosto mais da área de roteiro. Sei escrever bastante novelas. Sei de tudo. Filmes e também documentários”, descreve Betinho.
Durante décadas, no Brasil, pessoas com Síndrome de Down tinham acesso à educação somente através da Apae. A Associação de Pais e amigos dos Excepcionais de Fortaleza surgiu há quase 60 anos como escola, a única que acolhia esse público. Foi assim até o ano de 2010, quando foi sancionada a lei brasileira de inclusão. Desde então, pessoas com Down e outras deficiências podem e devem ser matriculadas de maneira regular em qualquer unidade de ensino. Já a Apae passou a ser um centro de atendimento, que dispõe de equipes multidisciplinares para garantir vários tipos de assistência a essas pessoas.