Em entrevista exclusiva à jornalista Patrícia Calderón da rádio Jovem Pan News Fortaleza, o padrasto do autor do ataque a uma creche de Blumenau-SC afirmou que o enteado “jamais” poderia ter saído da prisão. “A Justiça é muito falha. Agora, tá aí a tragédia”, desabafou.
O padrasto, que quase foi vítima do assassino de Blumenau, convive com as cicatrizes que o seu ex-enteado deixou. O ataque com instrumento cortante na área da cabeça atingiu um nervo importante no pescoço, o que trouxe uma sequela no lado direito do corpo. O corte no abdômen, atingiu um dos rins, além das várias marcas pelo braço. “Até hoje não sei se ele tentou me matar com faca de cozinha ou canivete”’, contou.
“Tenho medo dele. A prisão causa uma sensação de alívio, livramento e justiça. Sinto tristeza profunda e um choque pelo o que ele fez com crianças inocentes”, completou.
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Ainda de acordo com o padrasto, o assassino começou a se envolver com usuários em crack e cocaína. Esteve internado por alguns meses numa clínica de reabilitação em São Bento do Sul, mas logo retornaria para o mundo das drogas. “Quando ele se droga, se transforma. Ele tentou me matar durante um surto de droga, Senti o sangue jorrando, sai correndo pra rua pedindo socorro”, revelou.
Na entrevista, o padrasto soube da chacina através de amigos em comum no WhatsApp. O homem tem uma teoria de que o ex enteado foi provocado durante algum desafio entre os colegas viciados em crack a executar o crime.
“Ele sempre se mostrou ser o todo poderoso do “mau” deve ter levado a sério alguma brincadeira de mau gosto para ir até as vias de fato”, explicou a vítima.
Veja o que se sabe até agora sobre o massacre na creche de Blumenau
O que aconteceu?
Um homem de 25 anos invadiu a creche e atacou crianças com uma machadinha. De acordo com a polícia, ele pulou o muro da creche e atingiu as vítimas na região da cabeça. As crianças atingidas estavam no parquinho no momento do ataque.
Onde aconteceu?
A creche Cantinho Bom Pastor fica na rua dos Caçadores, no bairro Velha, em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e atende cerca de 250 crianças de 1 a 12 anos. As vítimas, quatro crianças que estavam na escola, tinham idades de 4 a 7 anos:
Bernardo Cunha Machado – 5 anos
Bernardo Pabst da Cunha – 4 anos
Larissa Maia Toldo – 7 anos
Enzo Marchesin Barbosa – 4 anos
O que aconteceu com o agressor?
O homem se entregou a polícia após o ataque e foi autuado em flagrante por quatro homicídios triplamente qualificados e quatro tentativas de homicídio triplamente qualificadas.
Nesta quinta-feira (6), o assassino teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, após audiência de custódia.
Como será a investigação?
A Polícia Civil iniciou as investigações para identificar se há outros envolvidos, qual foi a motivação e se houve premeditação no ataque.
“A gente quer identificar se tem mais algum participante. Se mais alguém participou. Como ele tramou esse plano. Onde ele obteve informações”, disse Ulisses Gabriel, delegado-geral da Polícia Civil.
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