RECONHECIMENTO

Conheça a história dos homenageados da Medalha Iracema 2023

Esta é a maior comenda do Poder Executivo Municipal e homenageia personalidades que contribuem em sua área de atuação profissional para o desenvolvimento de Fortaleza.

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12 de abril de 2023
Portal GCMAIS

A Prefeitura de Fortaleza anunciou, na semana passada, os nomes das personalidades homenageadas com a Medalha Iracema em 2023. Este ano, os agraciados são: senador Tasso Jereissati, a professora Luma Andrade, o presidente da Central Única das Favelas (CUFA) Preto Zezé, o artista Descartes Gadelha e a ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza. A solenidade de entrega da comenda será realizada no Teatro São José, nesta quinta-feira (13), dia do aniversário da capital cearense.

Conheça a história dos homenageados da Medalha Iracema 2023
Foto: Reprodução

A Medalha Iracema é a maior comenda do Poder Executivo Municipal e homenageia personalidades que contribuem em sua área de atuação profissional para o desenvolvimento de Fortaleza. Esta é a sexta vez que a Prefeitura concede a outorga.

Conheça a história dos homenageados

Descartes Gadelha

Medalha Iracema - Descartes Gadelha

Foto: Divulgação

Natural de Fortaleza, é um artista que tem como foco a representação de personagens e paisagens da cultura nordestina através do expressionismo em telas e esculturas. Neste ano, Descartes é um dos homenageados com a Medalha Iracema.

Além de pintor e escultor, é desenhista e músico, mas iniciou sua trajetória na pintura, no início da década de 60. Autodidata, começou a trabalhar desenhando cartazes de filmes internacionais que chegavam ao Ceará e fazendo cenografia para peças no Theatro José de Alencar.

Realizou sua primeira exposição no Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc) em 1963. Nos anos seguintes, recebeu diversos prêmios na área, entre eles o primeiro lugar no Salão de Abril em 1964 e 1965, e Menção Honrosa no 1° Salão Nacional de Artes Plásticas do Ceará, em 1967.

O trabalho dele apresenta viés expressionista, traz representações da realidade por cores marcantes e uma dramatização de seus personagens, trazendo também diversas críticas sociais. As obras retratam desde as paisagens do litoral e do sertão até o cotidiano da vida urbana e rural.

Entre as principais exposições, destacam-se “Catadores do Jangurussu”, de 1986, fruto da vivência de quase dois anos do artista no antigo lixão do Jangurussu, e “Cicatrizes Submersas”, de 1997. Esta contou com cerca de 100 pinturas a óleo retratando a história de Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos. O artista sempre realiza estudos historiográficos e etnográficos no processo de realização de suas obras.

Em 2006, em reconhecimento à contribuição do artista ao museu, Descartes ganhou uma sala permanente no circuito expositivo do Mauc. Outra contribuição importante do escultor foi a representação de Iracema, atualmente exposta na Casa José de Alencar.

Luma Andrade

Medalha Iracema - Luma Andrade

Foto: Reprodução

Natural de Morada Nova, Luma Andrade é professora, atual diretora do Instituto de Humanidades da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e é também a primeira travesti a conquistar um título de doutora no Brasil. Neste ano, ela é uma das homenageadas com a Medalha Iracema.

Filha de agricultores, Luma iniciou sua vida acadêmica na Universidade Estadual do Ceará (UECE), no curso de Ciências Biológicas. Aos 35 anos, se tornou doutora em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com tese que estuda a realidade das travestis nas escolas, relatando casos de estudantes e sua própria história. É a primeira obra que retrata travestis e transexuais no contexto escolar.

Ao longo de sua vida escolar, acadêmica e profissional, a professora passou por diversas situações de preconceito.

Após ser aprovada no concurso para a rede de educação em Aracati, ela foi impedida de tomar posse, e teve de recorrer à Secretaria de Educação do Estado (Seduc). Durante sua atuação no cargo, ela desenvolveu projetos de incentivo à saúde da mulher, além de realizar palestras.

No período do doutorado, Luma passou a defender o uso do nome social, e se tornou, em 2010, no Dia Internacional da Mulher, a primeira mulher do estado do Ceará a ter o direito de mudar os documentos, utilizando seu nome social, sem a necessidade de operação de redesignação sexual.

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Maria Luíza

Medalha Iracema - Maria Luíza Fontenele

Foto: Assembleia Legislativa do Ceará

Natural do Quixadá, Maria Luíza Fontenele possui uma vida marcada pelo ativismo político e social. Vinda de uma família grande, com sete irmãos, Maria Luíza conta que a vontade de questionar vem desde cedo, ainda da vida na fazenda no interior do Ceará e da rotina no internato de freiras, onde paquerar e participar de brincadeiras com meninos ainda era considerado tabu.

Maria Luzia, com 15 anos, partiu para Fortaleza com o intuito de estudar no Liceu do Ceará e, a partir da convivência com diferentes realidades sociais e observando a desigualdade social na Capital, principalmente no bairro Pirambu, surgiu ativismo político mais visceral.

O apoio às lutas das comunidades carentes cresceu durante o período universitário, em que se graduou em Serviço Social pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Posteriormente, obteve mestrado em Sociologia pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos.

Ao voltar para o Brasil, Maria Luiza foi eleita deputada estadual e participou da luta pelo fim da ditadura militar atuando, com notoriedade, no Movimento Feminino pela Anistia. Com a redemocratização do país e com a primeira eleição em sufrágio universal para municípios em mais de vinte anos, Maria Luíza foi eleita prefeita de Fortaleza em 1985.

Em 1990, Fontenele foi eleita deputada federal. Durante seu mandato participou, no Congresso Nacional, da elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Também integrou a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a prostituição infantil no Brasil. Saindo da política eleitoral, retornou à Fortaleza para voltar a fazer política de base e participar de movimentos sociais, fundando, com a ativista Rosa da Fonseca, o Movimento Crítica Radical.

Pedro Zezé

Medalha Iracema - Preto Zezé

Foto: Reprodução

Nascido em 1976 e filho do pintor Chico Macumbeiro e da doméstica dona Fátima, Francisco José Pereira de Lima cresceu na comunidade das Quadras, um enclave pobre no coração de um dos bairros mais ricos de Fortaleza, a Aldeota.

Já nos anos 1990, Zezé se encantou com as culturas do hip hop e do graffiti e desde 2015, Zezé é presidente da Cufa, instituição fundada em 1998 com atuação em mais de 20 países. A Cufa é reconhecida internacionalmente por projetos e ações nas áreas de cultura, esporte e lazer. Entre as ações de destaque está a Taça das Favelas, um dos maiores campeonatos de futebol do mundo. O evento mobiliza milhares de jovens no Brasil inteiro, gerando inclusão e visibilidade. Também há o programa Mães das Favelas, que já beneficiou mais de três milhões de famílias com alimentos, chips de internet e botijões de gás.

Tasso Jereissati

Medalha Iracema - Tasso Jereissati

Foto: Divulgação

Filho de Maria de Lourdes Ribeiro Jereissati e do senador Carlos Jereissati e neto de imigrantes libaneses, Tasso nasceu em 15 de dezembro de 1948, em Fortaleza. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo, Tasso passou a gerenciar as empresas da família e foi pioneiro no estabelecimento do mercado de shopping centers no Ceará.

Ainda nos anos 70, presidiu o Centro Industrial do Ceará (CIC), liderando um grupo de empresários preocupados com questões econômicas, sociais e políticas do Ceará. Do CIC, surgiu o engajamento político que o levaria ao Governo do Estado do Ceará em 1986, comandando um mandato marcado por modernizações e avanços na administração pública cearense. Tasso ainda seria eleito governador duas outras vezes, em 1994 e em 1998.

Os governos de Tasso Jereissati foram marcados por ações de impacto social e econômico. Ainda durante o seu primeiro mandato, o Ceará foi o estado brasileiro com maior crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e reconhecido pela Unicef por suas políticas de combate à mortalidade infantil. Já nos anos 90 e 2000, o governo Tasso foi responsável pelas obras do Açude Castanhão, do Complexo Portuário do Pecém, do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e pela expansão do Aeroporto Internacional Pinto Martins.

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No Senado, Tasso atuou em pautas importantes, como a aprovação da lei de parcerias público privadas e exerceu a relatoria do Marco Legal do Saneamento Básico. Mais recentemente, participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, investigando e cobrando do Governo Federal ações no combate à pandemia e na compra de imunizantes contra o coronavírus.

Sobre a Medalha Iracema

A celebração de entrega da Medalha Iracema faz parte do aniversário de 297 anos de Fortaleza. A medalha é a maior comenda do Poder Executivo Municipal, e homenageia personalidades que contribuíram em sua área de atuação profissional para o desenvolvimento da riqueza cultural e histórica da Capital.

Esta é a sexta vez que a Prefeitura concede a outorga. Este ano, a Medalha Iracema celebra a diversidade e pluralidade do povo fortalezense, homenageando personalidades de diferentes etnias, orientações sexuais e atividades sociais.

Em seu primeiro ano, 2018, a Medalha homenageou a jornalista Adísia Sá, o professor e arquiteto Liberal de Castro e o cantor e compositor Raimundo Fagner. Na edição de 2019, foram homenageados o médico e professor universitário José Otho Leal Nogueira, o ex-senador Mauro Benevides e o empresário Pio Rodrigues Neto. Em 2020, receberam a comenda o engenheiro civil Eudoro Santana, o empresário Júlio Ventura Neto, o humorista Tom Cavalcante e o cineasta Wolney Oliveira.

Em 2022, segundo ano da gestão do prefeito José Sarto, os agraciados com a Medalha Iracema foram o governador Camilo Santana, o Instituto da Primeira Infância (Iprede) e os servidores da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

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