Nesta quarta-feira (19), é celebrado o Dia dos Povos Indígenas no Brasil. No Ceará, conforme a Federação dos Povos Indígenas, este povo é formado por 36 mil pessoas de 15 etnias. Distribuídas em 20 municípios, elas enfrentam lutas constantes. A principal delas, ainda como na época da colonização, continua sendo por terra. A série de reportagens ”Guardiões da Terra”, exibida no Jornal da Cidade, da TV Cidade Fortaleza (canal 8.1), retrata a batalha diária para a garantia de direitos e a preservação da cultura.
>>> Siga o GCMAIS no Google Notícias <<<
Foi com o trabalho na terra que o agricultor João Batista sustentou a família. Mas há tempos o trabalho com a agricultura não vem sendo suficiente.
“As pessoas mais jovens já não querem trabalhar nessa atividade porque é um serviço ‘puxado’ e o retorno é difícil. Só os mais idosos é que ainda cultivam essa atividade”, afirma.
A luta por terra, escola e saneamento é travada há anos para garantir direitos básicos a povos como o Jenipapo Kanindé. Os desafios e conquistas deste povo que vive em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, também serão retratados na reportagem.
Acompanhe a reportagem de Evelyn Ferreira, da TV Cidade Fortaleza:
Dia dos Povos Indígenas
Dia dos Povos Indígenas. É assim que o 19 abril será celebrado hoje e no futuro, substituindo o que erroneamente foi estabelecido por décadas: o Dia do Índio. A mudança é resultado da aprovação da Lei Federal 14.402, sancionada em 8 de Julho de 2022. O Projeto que resultou na Lei foi de autoria de Joenia Wapichana, a primeira deputada federal indígena eleita no Brasil.
A alteração na letra e na lei – muitas vezes usadas como instrumentos de colonização – é um marco importante para o processo de reconhecimento da diversidade dos povos originários contra a invisibilidade. Segundo dados preliminares do último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 1,6 milhão de indígenas.
No Ceará, que tem 20 povos, segundo levantamento divulgado em 2023 pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o 19 de abril agora coexiste com a primeira Secretaria dos Povos Indígenas (Sepince), criada oficialmente em fevereiro de 2023. À frente da pasta está a professora, mestre em Antropologia e Cacika Irê do Povo Jenipapo-Kanindé, Juliana Alves.
“Para os povos indígenas do Brasil, a mudança na nomenclatura de índio para indígenas é de extrema importância. Primeiramente, o índio foi um nome adotado pelos portugueses que chegaram aos nossos territórios e, ao ver a diversidade cultural daqueles povos, acharam que estavam chegando na Índia. Então adotaram esse nome para os povos, perpetuando estereótipos. Essas conquistas são uma reparação histórica do Estado brasileiro que, por várias décadas, tentou silenciar e inviabilizar a forma, o comportamento e a diversidade que esses povos vivem dentro da sua plenitude cultural”, enfatiza.
Leia também | “Laboratório de drogas” é localizado em Iguatu e material ilícito é apreendido