A Polícia Federal informou, nesta quarta-feira (3), que o certificado de vacinação contra Covid-19 do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, foi emitido no aplicativo ConecteSUS um dia após uma suposta inserção de dados falsos no sistema.
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Segundo a PF, dados falsos foram incluídos no dia 21 de dezembro de 2022 a respeito da aplicação de duas doses da vacina da Pfizer. Dois certificados foram emitidos pelo usuário de Bolsonaro no ConecteSUS logo depois, em 22 de dezembro de 2022, às 18h, e em 27 de dezembro de 2022, às 14h19. A suspeita é de que houve fraude nos dados de imunização do ex-presidente, da filha dele de 12 anos e de assessores de Bolsonaro.
Ainda segundo a Polícia, as supostas informações falsas foram excluídas em 27 de dezembro. Depois disso, novos comprovantes foram emitidos, em 30 de dezembro de 2022, às 12h02, e 14 de março de 2023, às 8h15.
Em coletiva de imprensa, Jair Bolsonaro disse que não tomou vacina contra a Covid-19 e não realizou nenhum tipo de adulteração no documento. Ainda segundo o ex-presidente, a filha, Laura, não foi imunizada contra o coronavírus.
Vacinação contra Covid-19 de Bolsonaro
O Ministério da Saúde informou, nesta quarta-feira (3), que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro. Segundo a pasta, não há relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema.
O comunicado acontece em meio à Operação Venire, deflagrada mais cedo pela Polícia Federal, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do ministério. Foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde ressaltou que mantém “rotina para a sua segurança” e que passa regularmente por auditorias. A pasta acrescentou que, desde o início das investigações, mantém conduta alinhada à Controladoria-Geral da União (CGU) e em consonância com a Lei de Acesso à Informação.
“O Ministério da Saúde informa que colabora com as investigações da Polícia Federal na forma da lei e segue à disposição das autoridades.”
Operação Venire
A residência do ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira. Os agentes também recolheram o celular de Bolsonaro.
“Nunca falei que tomei a vacina [de covid-19]. Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos Estados Unidos. Não existe adulteração de minha parte”, disse o ex-presidente, ao deixar sua residência em Brasília, acompanhado de advogados.
Entre os seis detidos na operação, está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A informação foi confirmada pela defesa do ex-assessor.
De acordo com a Polícia Federal, as inserções de dados falsos ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e tiveram como consequência “a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários”.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”, completou a corporação.
Com informações da Agência Brasil
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