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Ceará e Países Baixos firmam parceria para impulsionar comercialização de Hidrogênio Verde

Ceará e Países Baixos firmam parceria para impulsionar comercialização de Hidrogênio Verde

Foto: Divulgação

O Ceará e os Países Baixos assinaram uma série de acordos que possibilita a comercialização de Hidrogênio Verde entre os dois países. Haverá a criação do Corredor de Hidrogênio Verde (Green Hydrogen Corridor), entre o Porto do Pecém e o Porto de Roterdã, e da Parceria de Portos Verdes (Green Ports Partnership), entre o Ceará e os Países Baixos. A solenidade contou com a presença do primeiro-ministro do Reino dos Países Baixos, Mark Rutte, do governador do estado, Elmano de Freitas e de outras autoridades.

Com a assinatura, o Complexo do Pecém e o Porto de Roterdã criam um corredor de ponta a ponta da cadeia de suprimentos para hidrogênio verde, incluindo produção no Pecém e recebimento e distribuição no Porto de Roterdã, para atender à demanda nos Países Baixos e em outros países da Europa.

Elmano de Freitas destacou que o desenvolvimento sustentável do Ceará representa mais emprego e renda.

“Reconhecemos a Holanda como uma das grandes protagonistas, na Europa e no mundo, nessa luta global para diminuir a emissão dos gases do efeito estufa. O corredor marítimo e a parceria fortalecem o Porto do Pecém como porta de entrada e saída [de hidrogênio verde] para o Brasil e o mundo. O hidrogênio verde permitirá o aumento da produção da energia eólica e solar. A matriz energética do Ceará já é bastante diversificada. Nós temos que incluir os mais vulneráveis nesse desenvolvimento, para que as pessoas do sertão do cearense se transformem também em produtores de energia e possam vender para outros produtores. A transição energética global tem que ser justa e inclusiva”, complementou o governador.

A pretensão é que em 2030 o Porto do Pecém seja responsável por um quarto do Hidrogênio Verde importado pelo porto de Roterdã, na Holanda, cerca de 1 milhão de toneladas desse gás.

Para transformar o hidrogênio em combustível é preciso energia, que virá das fontes eólica e solar, produzidas sem emissão de carbono. O Ceará deve aumentar a produção dessas duas fontes para impulsionar a indústria do hidrogênio verde. A expectativa é que as primeiras exportações cheguem à Europa em 2026, fortalecendo a economia do estado.

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O primeiro-ministro dos Países Baixos também falou da expectativa em relação à cooperação.

“Portos são a base da economia neerlandesa, mas também da competitividade ao redor do mundo. Já somos tradicionalmente vistos como um portal de acesso à Europa, para vários tipos de produtos. Roterdã e o Pecém também podem legitimamente se denominar o portal de acesso ao Hidrogênio para a Europa. O Brasil está diante de uma oportunidade excepcional para fortalecer o seu setor marítimo. O Brasil também é um dos líderes de exportação de commodities e o volume total de cargas está crescendo. Então, esta é uma oportunidade fantástica. A Holanda, com sua expertise em portos e logística, está buscando cooperar, e é o que já estamos fazendo, e de hoje em diante faremos muito mais junto. O hidrogênio verde não é uma tecnologia do futuro distante, é do presente, está acontecendo agora. Estamos estabelecendo o alicerce do futuro na economia verde. O Ceará está liderando o caminho no Brasil, bem como Roterdã é um líder na Europa”, enfatizou Mark Rutte.

O Porto do Pecém é um dos portos de maior potencial para energias renováveis; Roterdã é considerada a principal porta de entrada para a Europa. Os dois portos são parceiros desde 2018, quando o Governo do Ceará acordou com o governo dos Países Baixos, controlador do Porto de Roterdã, a cessão de 30% do Porto do Pecém.

Ainda segundo o governador Elmano de Freitas, o Governo Federal já sinalizou que está empenhado em transformar a planta industrial brasileira para uma matriz de energia limpa. Isso implica em uma discussão entre diversos ministérios, governos estaduais e sociedade para desenvolver o Plano Nacional de Hidrogênio Verde.

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Potencial de produção de Hidrogênio Verde no Ceará

Com foco no desenvolvimento do Hub de Hidrogênio Verde, o Ceará se encaminha para a marca de 30 memorandos assinados com empresas interessadas na produção. Destes, três já avançaram a pré-contratos selados e têm área reservada na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará: Fortescue, Casa dos Ventos e AES.

A soma de investimento é estimada em US$ 8 bilhões. Além disso, o Porto do Pecém deve investir R$ 2,2 bilhões para dotar o terminal de infraestrutura capaz de abrigar os projetos.

Nesse sentido, a Parceria Portos Verdes, entre o Governo do Ceará e Países Baixo, estabelece apoiar empresas holandesas a exportar e investir no Brasil e apoiar empresas brasileiras com investimentos e exportações para a Holanda.

Do lado neerlandês, é uma cooperação entre a Rotterdam Partners, a Agência Empresarial dos Países Baixos (RVO) e a Rede Diplomática Econômica Neerlandesa no Brasil. O programa conta ainda com a colaboração do Porto de Roterdã, Arcadis, TNO (Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada), Wind & Water Works (organização de indústria para energia offshore), assim como um grupo de empresas neerlandesas atuantes no setor marítimo

A expectativa é que essa parceria aumente a cooperação bilateral e o conhecimento para promover conjuntamente iniciativas públicas e privadas no campo do desenvolvimento portuário, logística portuária, conexão com o Interior, bem como projetos de energia portuária, como energia eólica onshore e offshore e a produção de hidrogênio verde.

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