O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta sexta-feira (12), que vai processar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por atribuir a ele a responsabilidade por mortes na pandemia de Covid-19 e a propriedade de uma mansão milionária nos Estados Unidos. Durante evento de assinatura da Lei Paulo Gustavo, na última quinta-feira (11), em Salvador, o petista afirmou que a casa da família do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, nos EUA, seria do próprio ex-presidente. Em vídeo publicado nas redes sociais, Bolsonaro disse que ingressará com uma ação criminal e outra civil.
“Primeiro, ele disse que das 700 milhões de mortes por Covid no Brasil, 300 milhões a responsabilidade é minha. Bem, são números absurdos, mas que atingem a minha honra. A outra, diz que eu tenho nos Estados Unidos uma mansão de 8 milhões de dólares, em nome de um assessor meu. São absurdos”, disse o ex-presidente.
A informação sobre abertura dos processos também foi confirmada ao portal parceiro R7 através do ex-secretário de Comunicação Social da Presidência Fabio Wajngarten.
Bolsonaro afirma que vai processar Lula
No início de maio, a Polícia Federal prendeu Mauro Cid em uma investigação que apura uma suposta falsificação de dados vacinais e a inserção dessas informações nos sistemas do Ministério da Saúde. A operação investiga se os registros de vacinação de Bolsonaro, de Cid e da filha mais nova do ex-presidente, Laura Bolsonaro, foram forjados.
Segundo a PF, dados falsos foram incluídos no dia 21 de dezembro de 2022 a respeito da aplicação de duas doses da vacina da Pfizer. Dois certificados foram emitidos pelo usuário de Bolsonaro no ConecteSUS logo depois, em 22 de dezembro de 2022, às 18h, e em 27 de dezembro de 2022, às 14h19. A suspeita é de que houve fraude nos dados de imunização do ex-presidente, da filha dele de 12 anos e de assessores de Bolsonaro.
Ainda segundo a Polícia, as supostas informações falsas foram excluídas em 27 de dezembro. Depois disso, novos comprovantes foram emitidos, em 30 de dezembro de 2022, às 12h02, e 14 de março de 2023, às 8h15.
Em coletiva de imprensa, Jair Bolsonaro disse que não tomou vacina contra a Covid-19 e não realizou nenhum tipo de adulteração no documento. Ainda segundo o ex-presidente, a filha, Laura, não foi imunizada contra o coronavírus.
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Vacinação contra Covid-19 de Bolsonaro
O Ministério da Saúde informou, no dia 3 de maio, que todas as informações inseridas no sistema de registro de imunizações do Sistema Único de Saúde (SUS) são rastreáveis e feitas mediante cadastro. Segundo a pasta, não há relato de invasão externa ou de acesso sem cadastro ao sistema.
O comunicado acontece em meio à Operação Venire, deflagrada mais cedo pela Polícia Federal, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19 nos sistemas do ministério. Foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro. Entre os seis detidos na manhã de hoje está o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Por meio de nota, o Ministério da Saúde ressaltou que mantém “rotina para a sua segurança” e que passa regularmente por auditorias. A pasta acrescentou que, desde o início das investigações, mantém conduta alinhada à Controladoria-Geral da União (CGU) e em consonância com a Lei de Acesso à Informação.
“O Ministério da Saúde informa que colabora com as investigações da Polícia Federal na forma da lei e segue à disposição das autoridades.”
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