POLÍTICA

Imunidade parlamentar protege discurso transfóbico de Nikolas Ferreira, informa PGR

Deputados acusaram o parlamentar de transfobia por fala no Dia da Mulher

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26 de maio de 2023
Portal GCMAIS

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou, nesta sexta-feira (26), um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) com posicionamento contra a abertura de um inquérito direcionado ao deputado Nikolas Ferreira (PL). O caso chegou ao STF após associações representativas da comunidade LGBTQIA+ e 14 parlamentares acusarem o deputado de cometer crime de transfobia durante um discurso proferido na tribuna da Câmara dos Deputados no Dia Internacional da Mulher.

Imunidade parlamentar protege discurso transfóbico de Nikolas Ferreira, informa PGR
Foto: Pablo Valadares/ Agência Brasil

No parecer, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumentou que as declarações proferidas pelo deputado estão protegidas pela imunidade parlamentar.

“Em outras palavras, em decorrência da imunidade parlamentar, as declarações proferidas pelo congressista – feitas no recinto parlamentar e relacionadas ao exercício do cargo eletivo exercido pelo congressista – estão cobertas pela imunidade prevista no artigo 53, caput, da Constituição Federal”, afirmou.

No dia 8 de março, Nikolas Ferreira fez um discurso considerado transfóbico. Ele vestiu uma peruca amarela e disse que “se sentia uma mulher” e que “as mulheres estão perdendo seu espaço para homens que se sentem mulheres”.

Para entidades e parlamentares, a fala do deputado promoveu discurso de ódio por associar uma mulher transexual a “uma ameaça que precisa ser combatida, uma alusão a um suposto perigo que não existe”.

Outro argumento da PGR é que o Nikolas Ferreira publicou o vídeo do discurso em suas redes sociais, com a inclusão de fotos de mulheres trans, o que foge à imunidade parlamentar.

Após o episódio, pelas redes sociais, Nikolas Ferreira negou que sua fala tenha sido transfóbica. “Defendi o direito das mulheres de não perderem seu espaço nos esportes para trans – visto a diferença biológica – e de não ter um homem no banheiro feminino. Não há transfobia em minha fala. Elucidei o exemplo com uma peruca (chocante). O que passar disso é histeria e narrativa”, concluiu.

As ações são relatadas pelo ministro André Mendonça. Não há data para o julgamento definitivo.

*Com informações da Agência Brasil.

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