Ícone do site Portal GCMAIS

Diagnósticos de hepatites virais aumentaram depois da pandemia no Brasil, aponta pesquisa

Diagnósticos de hepatites virais aumentaram depois da pandemia no Brasil, aponta pesquisa

Foto: Divulgação

Houve um aumento na testagem e na taxa de positividade para as principais hepatites virais – A, B e C – durante o primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. As informações são do boletim epidemiológico (BE) divulgado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), que representa os laboratórios privados responsáveis por 60% dos exames na saúde suplementar do país.

Segundo o Dr. Alex Galoro, médico patologista clínico e líder do Comitê de Análises Clínicas da Abramed, essa elevação pode ser atribuída ao fato de que a população ainda estava enfrentando os impactos da pandemia de Covid-19 no primeiro trimestre de 2022.

“Com a retomada das atividades, os testes de rotina de cuidados de saúde e realização de exames laboratoriais voltaram a ser realizados, com aumento na testagem. Quanto à positividade, sabe-se que grande parte da população que tem hepatites desconhece a doença e o aumento da testagem aumenta o seu diagnóstico.”

Houve uma diminuição de casos registrados durante a pandemia, mas impulsionados pela falta de diagnóstico, que apresentou retomada neste ano.

Os números indicam que aproximadamente 15% da população já teve contato com algum tipo desses vírus.

Galoro ainda ressalta que esses dados se referem a todos os marcadores sorológicos destes tipos de hepatite, sem distinção do tipo de hepatite, ou marcadores de doença aguda, ou de contato prévio. O BE do Ministério da Saúde usa os dados de infecção aguda, assim, os BE não podem ser cruzados para análises epidemiológicas por usarem métodos distintos.

Publicidade

Importância do diagnóstico

Atualmente, existem vacinas para a prevenção das hepatites A e B. Não existe vacina contra o tipo C, o que reforça a necessidade de um controle adequado da cadeia de transmissão no domicílio e na comunidade, bem como entre grupos vulneráveis, por meio de políticas de redução de danos. Geralmente, as hepatites virais são silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), apenas cerca de 18% das pessoas que vivem com hepatite B foram diagnosticadas e apenas cerca de 3% delas estão recebendo tratamento. Esse tipo é uma infecção sexualmente transmissível (IST). Segundo a OMS, nas Américas, cerca de 5,4 milhões de pessoas vivem com infecções por hepatite B, enquanto 4,8 milhões estão infectadas com hepatite C.

Geralmente, quando os sintomas aparecem, já se está em estágio mais avançado. O estímulo ao diagnóstico precoce tem sido um instrumento de promoção de qualidade de vida para quem convive com essas doenças, que podem levar a complicações importantes no fígado, como cirrose hepática e câncer.

O conceito de eliminação está baseado nas metas globais estabelecidas pela OMS consoantes com a Agenda 2030 para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que dizem respeito à redução das novas infecções em 90% e da mortalidade em 65%. Para tanto, é necessário realizar o diagnóstico de 90% dos casos e tratar 80% dos casos diagnosticados.

Leia também | Ceará tem maior reserva hídrica em 10 anos; veja dados

>>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<< 

Sair da versão mobile