Os casos de febre maculosa no Brasil e no Ceará acenderam um alerta para a população. A doença transmitida pelo carrapato-estrela, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, acumula quatro casos confirmados este ano no território cearense. A preocupação é cada vez maior e o assunto tem gerado confusão, principalmente no que diz respeito à contaminação de animais pela febre maculosa. Afinal de contas, isso é possível?
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Especialistas em saúde pública esclarecem que o carrapato-estrela não é o carrapato comum, que encontramos geralmente em cachorros. A veterinária Haiana Moraes afirma que a espécie só acomete animais de grande porte, como cavalos, jumentos e capivaras.
“A diferença é: os Rhipicephalus sanguineus, que causam essas doenças mais ‘simples’ e comuns nas cidades, têm a carapaça mais escura e não transmitem febre maculosa. O carrapato que causa a febre maculosa tem as costas parecidas com um casco de tartaruga, tem variações de cores e esse carrapato especificamente, para provocar a doença, tem que estar contaminado com a bactéria Rickettsia“, esclareceu a médica.
Febre maculosa em animais
Conforme a região onde vivem, os animais podem hospedar os carrapatos que transmitem a doença. Para cachorros, por exemplo, a recomendação é que os donos vejam o pelo, entre os dedos das patas e as orelhas do animal para verificar se existem carrapatos. Animais de fazenda, como os bois, estão mais sujeitos ao carrapato por viverem mais próximos da natureza.
Cenário local
No Ceará, o primeiro caso de febre maculosa foi registrado em 2010. O carrapato-estrela é encontrado em todo o estado, mas apenas nas regiões serranas é que a doença foi notificada.
A orientação atual é que, caso um paciente apresente sintomas e tenha ido a uma área de mata, é preciso procurar alguma área vermelha na pele. Se o paciente achar que foi picado, deve sinalizar aos profissionais de saúde para que investiguem a possibilidade de um diagnóstico de febre maculosa.
“Caso a pessoa tenha exposição às áreas que são propícias e apresente sintomas gripais em até 5 a 14 dias depois, como febre, mialgia, manchas avermelhadas e náuseas, deve procurar uma unidade de saúde para atendimento médico, onde o profissional vai avaliar a necessidade de notificar e orientar quanto ao tratamento”, ressaltou Kellyn Cavalcante, doutora em Saúde Pública da Secretaria Estadual da Saúde.
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