Familiares colocaram flores, cartazes e velas em memória das onze vítimas da “Chacina do Curió”
Chacina do Curió: veja como foi primeiro dia de julgamento
Familiares das vítimas chegaram ao no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, por volta das 8h, nesta segunda-feira (20). Os presentes no local colocaram flores, cartazes e velas em memória das onze vítimas da “Chacina do Curió”. A revolta pelas mortes também aconteceu em forma de poesia. Edna Carla, mãe de Alef Sousa Cavalcante, falou sobre a expectativa para o julgamento.
“Muita comida entalada na nossa garganta, tanto da minha, como das outras mães. Muitas noites mal dormidas e noites sem dormi. Mas chegou o dia da gente fazer justiça”, disse.
Estão sendo julgados Marcus Vinícius Sousa da Costa, António José de Abreu Vidal Filho, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio. De acordo com o processo, na noite de 11 e madrugada do dia 12 de novembro, em diferentes ruas da região da Grande Messejana, 11 pessoas foram mortas, três sofreram tentativa de homicídio e outras quatro foram vítimas de tortura.
Oito das vítimas tinham entre dezessete e dezoito anos. Segundo o Ministério Público do Ceará, o crime foi motivado por vingança, por causa da morte de um soldado da corporação. Mas acabou atingindo pessoas sem relação com o crime, como ressalta Mara Carneiro, Coordenadora Geral do Centro de Defesa de Crianças e Adolescentes (DECECA).
“Foi uma chacina brutas, em que a polícia saiu na comunidade provocando uma matança. Corpos foram escolhidos e esses corpos eram de adolescentes negos e periféricos”, explica.
O caso teve repercussão em todo país. Quem esteve presente no julgamento foi o ouvidor Nacional dos Direitos Humanos Bruno Renato Teixeira.
“O estado brasileiro não pode mais permitir que os próprios agendes do estado sejam os violadores dos direitos humanos. É nessa perspectiva que a gente entende que é grave que aconteceu no Ceará é um julgamento simbólico, histórico. nos queremos que seja um divisor de águas para posição da força de segurança publica em relação as comunidades da periferia do todo o Brasil, que sirva de exemplo e que justiça seja feita aos longos desse dia”, disse.
O processo inclui trinta réus. Outros dezesseis policiais militares devem ser julgados até o final do ano. Walmir Medeiros, que é advogado de defesa de Marcus Vinícius Sousa da Costa, afirma que não há elementos que comprovem que o cliente dele tenha participação no crime.
“Ele foi até o local de carro, mas não desceu do veículo. Não existem imagens dele descendo do carro. Não foram feitas as perícias que deveriam ter sido feitas”, pontua.
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