Crimes ocorreram em novembro de 2015 na periferia de Fortaleza e onze pessoas foram assassinadas
Chacina do Curió: réus, testemunhas de defesa e acusação são ouvidos no 2º dia de julgamento
Flores, cartazes e os nomes das vítimas continuam estampando o lado de fora do Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza, onde ocorre desde terça-feira (20), o julgamento de quatro policiais militares acusados da Chacina do Curió, ocorrida em 2015. O filho de Antônio Sidnei, Jardel Lima, de 17 anos, foi um dos mortos da chacina do curió.
“Desde o segundo dia que eu enterrei meu filho, que essa luta começou. Nos nunca pedimos por vingança, só pedimos por justiça”, ressalta.
O primeiro dia de julgamento foi marcado por relatos de testemunhas e sobreviventes da chacina. A mãe de uma das vítimas também foi ouvida. A previsão é que hoje sejam ouvidas outras testemunhas de acusação, além das de defesa e os quatro réus. Os trabalhos tiveram início no 1 salão do júri com o sorteio dos jurados. Em seguida foi formado o conselho de sentença com os setes jurados, que decidirão pela absolvição ou condenação dos acusados.
Houve então a leitura da denúncia, que tinha 60 laudas. Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), os quatro acusados respondem à ação penal sob acusação pelo crime de homicídio consumado contra 11 pessoas. A chacina aconteceu nos dias 11 e 12 de novembro de 2015, na grande messejana, na Capital cearense e ficou conhecido como a Chacina do Curió.
De acordo com MPCE, os crimes foram motivados por vingança pela morte do soldado da PM, assassinado horas antes ao proteger a mulher em uma tentativa de assalto, no bairro lagoa redonda. O processo da chacina do curió tem mais de 13 mil páginas e envolve atualmente 30 policiais militares acusados de homicídios e tentativas de homicídio contra moradores do bairro curió. Devido à complexidade da ação, o processo foi desmembrado em três para facilitar e agilizar a análise dos documentos.
A previsão é que o julgamento seja concluída até o fim desta semana. Um colegiado de três juízes está conduzindo os trabalhos, que leva a julgamento os quatro acusados do processo de número um. O massacre gerou ampla repercussão e atraiu os olhares de instituições, como do gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares de Recife, Pernambuco, que dá apoio às famílias das vítimas, como explica o advogado Sóstenes Rocha.
“A gente dá o apoio não só jurídico, mas principalmente o apoio psicossocial. Vamos acompanhar não só esse júri as todos os juris dos outros réus que serão julgados. Nossa expectativa é que eles sejam julgados e que sejam condenados”, disse.
Aqui no Ceará, um dos órgãos que fazem esse apoio é a Defensoria Pública. “A gene criou um núcleo na Defensoria Pública voltado para a proteção as vítimas um atendimento que a gente multidisciplinar. A gente acompanhar os processos juridicamente e oferece o suporte psicológico também”, afirma Lia Felissimo, defensora pública.
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