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TSE tem placar de 3 a 1 contra Bolsonaro; falta um voto para inelegibilidade

Entenda passo a passo do julgamento de Bolsonaro

Foto: Reprodução

A votação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresenta um placar de 3 a 1 a favor da inelegibilidade, aguardando apenas mais um voto para formar a maioria. A sessão do TSE foi interrompida e será retomada nesta sexta-feira (30) às 12h. Esta foi a terceira sessão dedicada à análise do caso, iniciada com o voto do ministro Raul Araújo, que apresentou uma divergência ao votar pela rejeição das acusações contra Bolsonaro.

Os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares, juntamente com o relator Benedito Gonçalves, votaram a favor da inelegibilidade de Bolsonaro até 2030. Com isso, o placar atual está em 3 a 1 contra o ex-presidente, faltando apenas um voto para consolidar a maioria favorável à sua inelegibilidade. Ainda restam três ministros para votar: Cármen Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.

Os ministros Floriano de Azevedo Marques e André Ramos Tavares são professores da Universidade de São Paulo (USP) e assumiram seus cargos como ministros recentemente, em maio, em uma mudança na composição da corte influenciada pelo presidente do TSE, Alexandre de Moraes. A continuação do julgamento na sexta-feira trará mais esclarecimentos sobre o desfecho do caso e suas implicações políticas.

O ex-presidente Bolsonaro é investigado pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. A acusação é de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Veja como foi a terceira sessão do julgamento da inelegibilidade de Bolsonaro

O ministro André Ramos Tavares, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), proferiu o terceiro voto pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade pelo período de oito anos. Com o voto do ministro, o placar do julgamento é de 3 votos a 1 pela condenação do ex-presidente.

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O ministro condenou o ex-presidente por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação estatais., como a TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), para transmitir o evento.

Para Tavares, Bolsonaro fez ataques comprovadamente falsos contra a urna eletrônica com “finalidade eleitoral” em suas falas durante a reunião.

“O conteúdo é permeado por afirmações falsas e inequívocos ataques a adversários e a ministros do STF e do TSE”, afirmou.

Segundo o ministro, o ex-presidente contestou o sistema eleitoral pelo menos 21 vezes desde 2021 e utilizou a reunião no ano seguinte para promoção eleitoral.

“A candidatura foi beneficiada com a tática que perpassou todo o conteúdo do discurso proferido no âmbito da cerimônia, de maneira a agitar as bases eleitorais no sentido de canalizar votos para impedir que qualquer outro candidato, especialmente um deles, tivesse vitória nas eleições, manipulando a polarização da sociedade em benefício eleitoral”, afirmou.

Além de Tavares, os ministros Benedito Gonçalves e Floriano de Azevedo Marques também votaram pela condenação de Bolsonaro.

Raul Araújo vota no TSE contra inelegibilidade de Bolsonaro

Primeiro a votar após o relator, o cearense Raul Araújo se manifestou contra a inelegibilidade do ex-presidente. Assim, o julgamento empatou por 1 a 1. Araújo não pediu vista, diferentemente do que esperava o ex-presidente.

O cearense abriu a sessão divergindo do relator com relação à inclusão da “minuta do golpe”, achada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, ao processo.  Ainda segundo Raul Araújo, não há “qualquer elemento capaz de sustentar relação entre a reunião com embaixadores e a minuta de decreto”. O ministro ainda defendeu que o Judiciário deve ter papel mínimo de interferência no processo eleitoral. “A interferência da Justiça Eleitoral […] deve se dar apenas quando estritamente necessário para garantir a soberania do sufrágio popular”.

Caso algum ministro faça pedido de vista para suspender a sessão, o prazo de devolução do processo para julgamento é de 30 dias, renovável por mais 30. Com o recesso de julho nos tribunais superiores, o prazo subirá para 90 dias.

Defesa de Bolsonaro

Na última quinta-feira (22), primeiro dia de julgamento, a defesa de Bolsonaro alegou que a reunião não teve viés eleitoral e foi feita como “contraponto institucional” para sugerir mudanças no sistema eleitoral.

De acordo com o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, a reunião ocorreu antes do período eleitoral, em 18 de julho, quando Bolsonaro não era candidato oficial às eleições de 2022. Dessa forma, segundo o defensor, caberia apenas multa como punição, e não a decretação da inelegibilidade.

Vice de Bolsonaro, Braga Netto não ficará inelegível

O TSE já formou maioria de quatro votos pela absolvição de Braga Netto, candidato à vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Todos os ministros que já se manifestaram entenderam que ele não teve relação com a reunião. O nome dele foi incluído no processo pelo PDT.

 

 

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