Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem decidiram, na manhã desta segunda-feira (03), manter a greve no Instituto Doutor José Frota (IJF), hospital administrado pela Prefeitura de Fortaleza, mesmo após liminar da Justiça para suspender a greve. A decisão da categoria saiu após assembleia realizada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort). Para chamar atenção das autoridades, Os profissionais saíram em manifestação pelas ruas da Capital cearense, partindo da Praça da Bandeira e percorreram a Rua Rocha Lima, no Centro de Fortaleza, em direção ao hospital. Nesta terça-feira (04), um protesto deve ser realizado desta vez em frente a um hospital particular.
A principal reivindicação dos profissionais é referente ao pagamento do piso salarial aprovado pelo Congresso Nacional em abril e sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Lei 14.434/2022 define que o piso salarial dos enfermeiros será de R$ 4.750. Os técnicos de enfermagem deverão receber 70% desse valor (R$ 3.325); e os auxiliares de enfermagem e as parteiras, 50% (R$ 2.375).
A paralisação dos profissionais de enfermagem profissionais do IJF e de todas as unidades de saúde das redes municipal, estadual e federal, afetando o atendimento de UPAs e hospitais.
Representantes do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Conselho Municipal de Saúde da Prefeitura de Fortaleza realizaram uma visita ao IJF no último domingo (2), em meio à greve dos enfermeiros. O objetivo das entidades foi avaliar a situação do atendimento aos pacientes durante o período de baixa nas escalas, que iniciou na última quinta-feira (29), em decorrência da demanda pelo pagamento do Piso da Enfermagem.
Conforme o Sindifort, 30% dos profissionais de enfermagem continuam atuando no IJF. Mas, a greve afetou a rotina do maior hospital de trauma do estado, resultando no cancelamento de algumas cirurgias.
O secretário da Saúde de Fortaleza, Galeno Taumaturgo, informou que a pasta está esperando a publicação de uma portaria do Ministério da Saúde que defina com mais clareza como deve ser o pagamento do piso.
Sindicato não foi notificado sobre decisão da Justiça de suspender greve dos enfermeiros
O Sindifort explicou à reportagem da TV Cidade Fortaleza que não foi notificado sobre a suspensão da greve. Na sexta-feira (30), a Justiça determinou que os profissionais do Instituto Doutor José Frota (IJF) suspendessem a paralisação, sob pena de multa diária de R$ 15 mil.
A decisão do desembargador Fernando Luiz Ximenes Rocha deferiu parcialmente a tutela antecipada movida pelo hospital contra o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindfort), Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza (Sintsaf) e Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde).
Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem entraram em greve na última quinta-feira (29) reivindicando piso salarial da categoria. Na decisão, o desembargador afirma que “instrumento de greve mostra-se excessivo”, argumentando que se trata de “serviço essencial capaz de causar danos irreparáveis a população e agravar substancialmente a prestação do serviço público de saúde do Município”.
Ao acionar o Judiciário, o IJF relatou a falta de negociação prévia e apontou a necessidade de garantir os atendimentos no hospital, tendo em vista que apenas 30% do efetivo normal compareceu às atividades profissionais durante os dias de paralisação, ocasionando a suspensão de diversas cirurgias de urgência e eletivas. Diariamente, o hospital acolhe cerca de 210 novos pacientes vítimas de traumas graves, entre adultos e crianças.
Veja reportagem sobre efeitos da greve dos profissionais de enfermagem no IJF
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