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Passageira denuncia intolerância religiosa em ônibus no Ceará

Passageira denuncia intolerância religiosa em ônibus no Ceará

Foto: Reprodução

Uma influenciadora digital denunciou um caso de intolerância religiosa registrado em um ônibus intermunicipal do Ceará. Nas redes sociais, a influenciadora Mallu Viturino gravou um vídeo relatando o incidente que teria ocorrido durante uma viagem entre Fortaleza e São Gonçalo do Amarante.

No vídeo, é possível ver um homem segurando uma bíblia enquanto duas mulheres cantam uma música gospel em voz alta. Mallu Viturino também relatou que foi alvo de insultos, sendo chamada de “endemoniada”.

Conforme a influenciadora, um homem começou a fazer uma pregação e proferiu ofensas contra religiões de matriz africana. O vídeo rapidamente se tornou viral, acumulando mais de três milhões de visualizações somente no TikTok.

“Ele estava pregando (falando de conteúdos bíblicos e cristãos), até aí tudo bem, mas começou a disparar muitas ofensas a religiões de matriz (africana). Nesse momento eu me incomodei e caminhei até onde ele estava e avisei que o que ele estava fazendo era intolerância religiosa”, contou a jovem.

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Mallu Viturino também mencionou que houve uma tentativa frustrada de acionar a polícia. O motorista e o cobrador do ônibus, no entanto, se recusaram a parar o veículo.

Em nota, a Empresa Vitória, responsável pelo ônibus, afirmou que repudia veementemente qualquer forma de intolerância religiosa ou discriminação nos seus veículos e em qualquer instância relacionada à empresa.

Intolerância religiosa dentro de ônibus no Ceará

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Boletim de ocorrência

A influenciadora esclareceu, nas redes sociais, que registrou um Boletim de Ocorrência e que está recebendo assistência para dar encaminhamento a situação.

“Vou resolver isso diretamente na delegacia de combate a intolerância religiosa, tem uma vara que atua somente com crimes raciais, de intolerância, racismo religioso e afins. Já estou tendo suporte de pessoas que sabem e que dominam o assunto para me darem uma um direcionamento do que fazer. Quando eu souber, quando eu puder falar, eu venho aqui e dou umas dicas pra quem passar por esse tipo de situação”, explicou Mallu em vídeo postado nos stories do Instagram nesta quarta-feira (5).

Delegacia especializada em crimes de intolerância religiosa

A Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrin) da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) foi inaugurada em abril de 2023.

“A nova delegacia vai investigar os casos de preconceito e discriminação baseadas em leis que já existem, mas que passarão a ter um olhar especial do Estado, como casos de racismo, LGBTfobia ou de intolerância religiosa”, explicou o governador Elmano de Freitas na cerimônia de inauguração do equipamento.

A delegacia será instalada no Centro de Formação e Inclusão Socioprodutivo (Cefisp), local que abriga o Centro de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, vinculado à Secretaria de Proteção Social (SPS), oferecendo acolhimento e atendimento humanizado à população LGBTI+ em situação de vulnerabilidade social ou vítima de violência por LGBTfobia. Além disso, o local também abriga o Centro de Referência em Direitos Humanos, que atende outras formas de vulnerabilidades e violações dos direitos humanos.

“Já era um intuito, da Secretaria e da própria Polícia Civil, a existência desta delegacia. É um avanço gigantesco em relação ao combate à discriminação e a qualquer tipo de intolerância. Ganha o Governo do Estado, ganha a Secretaria de Segurança Pública, ganha a Polícia Civil, mas primeiramente, ganha o povo cearense”, pontuou o secretário da Segurança do estado Samuel Elânio.

Serviço

Decrin
Local: Rua Valdetário Mota, 970, Papicu, Fortaleza

O que é intolerância religiosa

A intolerância religiosa no Brasil se caracteriza pela manifestação de preconceito, discriminação ou violência contra indivíduos, ou grupos devido à sua religião, ou crenças. Casos como o relatado pela influenciadora Mallu Viturino, em um ônibus no Ceará, não são isolados e representam uma realidade enfrentada por muitos brasileiros.

A liberdade de crença e o respeito à diversidade religiosa são direitos fundamentais garantidos pela Constituição brasileira, e é fundamental combater e denunciar quaisquer formas de intolerância religiosa, promovendo o diálogo, o entendimento e o respeito entre as diferentes religiões e culturas presentes no país.

O Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/1940), no artigo 208, estabelece que é crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia, ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

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