A direção da Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva, antiga CPPL IV, em Itaitinga, no Ceará, foi afastada após motim promovido por presos de uma facção paulista, em que internos tentaram pegar armas dos policiais penais que trabalhavam dentro do presídio. A informação foi repassada pela da defesa dos cinco policiais penais que faziam parte do corpo diretivo da unidade do sistema carcerário, advogada Raphaele Farrapo, nesta quarta-feira (06).
Nas imagens gravadas no dia 18 de março deste ano, os presos jogam chinelas, pedras e usam varais para tentar fugir. As cenas ainda mostram o momento em que internos puxam uma arma calibre 12, que eles depredam quando após capturar o armamento. Diante da tentativa de fuga, um policial penal que estava na muralha atira e atinge um dos internos.
Segundo informações da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), os internos que tomavam banho de sol, na ala F, da unidade prisional, iniciaram um amotinamento e passaram a agredir os policiais penais plantonistas. De acordo com a SAP, as agressões aconteceram com arremesso de objetos e tentaram tomar as armas de posse dos policiais penais. Eles portavam instrumentos para escalar o muro da unidade penal e realizar uma fuga. A resposta foi imediata e a unidade teve a rotina retomada.
A ocorrência exigiu o uso moderado da força, o que resultou em internos feridos. A SAP ainda informou, por meio da nota, que todos tiveram atendimento médico, realizaram exame de corpo delito e foram encaminhados à delegacia para responder pelos crimes cometidos.
Defensoria Pública identifica série de torturas contra internos de presídio no Ceará
Inspeções realizadas no fim de junho pela Defensoria Pública do Estado do Ceará em um presídio de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza identificaram uma série de torturas praticadas contra internos da Unidade Prisional Elias Alves da Silva (UP Itaitinga IV) , antiga CPPL IV.
> > Siga o GCMAIS no Google Notícias < <
A rotina de violências praticadas por policiais penais incluía tiros de bala de borracha, torção de testículos e até um castigo físico em que o preso era obrigado a ficar de cabeça para baixo.
Ainda conforme a inspeção da Defensoria Pública, cerca de cem presos foram encontrados com sinais de tortura na unidade prisional. Há relatos de agressões físicas, chutes nas costelas seguidos de banhos de sol com os presos sentados nus no pátio, além de agressões com cassetetes que causaram fraturas nas mãos e dedos.
Diante dos fatos, a 2ª Vara de Execução de Fortaleza determinou o afastamento da cúpula da unidade pelo prazo de 90 dias