O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se reuniram nesta segunda-feira (17) em Bruxelas, onde destacaram a relevância da aproximação entre a União Europeia (UE), o Mercosul e os países caribenhos para enfrentar os “grandes desafios do nosso tempo”. O encontro marca o ressurgimento das relações entre os blocos, que não se encontravam há oito anos.
Ursula von der Leyen ressaltou que esses desafios ficaram mais evidentes após a pandemia, a guerra entre Rússia e Ucrânia e a crescente preocupação com as mudanças climáticas. Ela elogiou o retorno do Brasil como um ator global relevante e destacou o impacto positivo dessa retomada para a parceria estratégica entre as duas regiões.
Durante a reunião, o presidente brasileiro manifestou esperança de que um acordo entre os blocos seja concluído ainda em 2023. Ursula von der Leyen enfatizou que essa aproximação ajudará a Europa a diversificar as cadeias de abastecimento, reduzindo a dependência em relação à Rússia e à China.
Acordo entre União Europeia e Mercosul
Lula ressaltou a importância de enfrentar juntos os desafios globais, conectando pessoas e empresas, reduzindo riscos, fortalecendo e diversificando as cadeias de abastecimento e modernizando as economias para beneficiar a todos. Ele expressou a ambição de resolver as diferenças existentes para concluir o acordo UE-Mercosul o mais rápido possível.
O presidente brasileiro chegou a Bruxelas no domingo (16) para participar da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia. O encontro reúne cerca de 60 líderes estrangeiros dos países componentes dos blocos.
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Lula ressaltou que a União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil, e o comércio entre os dois lados pode ultrapassar a marca de US$ 100 bilhões em 2023. Ele destacou a importância de um acordo equilibrado entre o Mercosul e a União Europeia, que abrirá novas oportunidades e contribuirá para responder aos desafios presentes e futuros.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, também manifestou expectativa de que os blocos concluam um acordo comercial no segundo semestre de 2023.
Lula enfatizou a necessidade de um crescimento sustentável e integrado regionalmente para os países sul-americanos e caribenhos. Ele mencionou propostas para atualizar a carteira de projetos do Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento, priorizando a integração física e digital.
O presidente ressaltou o papel das compras governamentais como instrumento vital para articular investimentos em infraestrutura e sustentar a política industrial. Ele também destacou o engajamento das empresas, universidades e sociedade civil nas relações entre os países e a importância dos encontros que ocorrem durante a cúpula para fortalecer a aliança histórica entre a União Europeia e a América Latina.
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Lula lembrou que a pandemia da COVID-19 desorganizou o sistema produtivo global, evidenciou a urgência em preservar a biodiversidade e os ecossistemas e redirecionou recursos para fins bélicos. Ele destacou a importância de enfrentar esses desafios com determinação e cooperação internacional.
Plano de investimento
Lula acrescentou que o Brasil lançará, em breve, um novo Plano de Investimentos que possibilitará, ao país, gerar empregos, combater a pobreza e aumentar a renda das famílias. Esse plano prevê, segundo ele, a retomada de empreendimentos paralisados e a aceleração dos que estão em andamento e seleção de novos projetos.
“Promoveremos a modernização de nossa infraestrutura logística, com investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos”, disse o presidente ao lembrar que o país, além de ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, priorizará a geração de energias renováveis e detêm “enorme potencial” para a produção de hidrogênio verde.
Ele reiterou o compromisso do governo com o controle da inflação e o equilíbrio de contas públicas, e que as reservas internacionais do país estão “na casa dos US$ 343 bilhões”.
*Com informações da Agência Brasil.
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