A Rússia atacou portos da Ucrânia nesta terça-feira (18), um dia depois de sair de um acordo apoiado pela
Organização das Nações Unidas (ONU) para permitir que o País exportasse grãos. A ação russa provocou vários danos às infraestruturas portuárias de Odessa, no sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades militares de Kiev.
Seis mísseis Kalbir lançados contra Odessa e 21 drones de fabricação iraniana que se aproximavam da região foram “destruídos” pela defesa antiaérea, anunciou o comando sul do exército ucraniano em um comunicado.
“Infelizmente, os destroços dos mísseis abatidos e a onda expansiva da derrubada danificaram as infraestruturas portuárias e várias residências particulares”, acrescenta a nota, que não menciona a cidade afetada.
De acordo com a Força Aérea ucraniana, 31 drones foram derrubados em todo país, dos 36 que a Rússia lançou durante a noite. A região de Odessa, no Mar Negro, abriga terminais cruciais para o acordo de exportação de grãos ucranianos entre Kiev e Moscou que expirou na segunda-feira à noite.
Prejuízos nos portos da Ucrânia
A queda de destroços e as ondas de explosão danificaram várias casas e infraestrutura portuária não
especificada no principal porto da Rússia, Odessa, de acordo com o comando militar operacional do sul da
Ucrânia. As autoridades locais em Mykolaiv, outro porto, descreveram um incêndio grave ali.
Os ataques russos aos portos fornecem “mais uma prova de que o país-terrorista quer colocar em risco a vida de
400 milhões de pessoas em vários países que dependem das exportações de alimentos ucranianos”, afirmou
Andriy Yermak, chefe da equipe presidencial da Ucrânia.
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Bloqueio
O acordo de exportação de grãos do Mar Negro – negociado há um ano pela Turquia e pelas Nações Unidas – foi
um dos únicos sucessos diplomáticos da guerra, suspendendo um bloqueio russo de fato aos portos ucranianos
e evitando uma emergência alimentar global.
Ucrânia e Rússia estão entre os maiores exportadores mundiais de grãos e outros alimentos. Se o grão
ucraniano for novamente bloqueado no mercado, os preços podem disparar em todo o mundo, atingindo mais
duramente os países mais pobres.
“A decisão da Federação Russa será um golpe para as pessoas necessitadas em todos os lugares”, afirmou o
secretário-geral da ONU, António Guterres, nessa segunda-feira (17).
A Rússia diz que poderia voltar ao acordo de grãos, mas apenas se suas exigências forem atendidas para que as
regras sejam facilitadas para suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes.
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