Um homem de 39 anos, identificado como José Cristóvão Rodrigues da Costa, foi encontrado após 50 dias desaparecido na zona rural de Independência, no interior do Ceará. Ele foi localizado na última segunda-feira (24) e teria sobrevivido se alimentando de vegetais e animais encontrados na mata. O agricultor havia desaparecido no dia 5 de junho, quando viajava de ônibus de Leme, em São Paulo, para Pedra Branca, onde a família dele mora. Durante a viagem, ele demonstrou sinais de que não estava bem mentalmente, desembarcou em Cruzeta, Pedra Branca, abandonou os pertences e desapareceu.
Desde então, a família estava mobilizada em encontrar o homem também conhecido como “Zezinho”. A irmã dele, que é cabeleireira, utilizou as redes sociais diversas vezes para pedir ajuda nas buscas.
Na última segunda-feira (24), a Guarda Civil Municipal de Pedra Branca (GCM) recebeu informações da Polícia Civil sobre o possível paradeiro de José Cristóvão. Com o auxílio da família do rapaz, a equipe de serviço da GCM prontamente se dirigiu ao sítio Jardim, localizado entre Independência e Pedra Branca. Lá, encontraram o homem debilitado, mas com vida.
Segundo a família, durante os dias em que esteve perdido na mata, José Cristóvão se alimentou apenas de recursos encontrados no ambiente selvagem. Ele sobreviveu comendo maracujá do mato, enxu de abelhas, jerimum e até uma traíra que encontrou em um poço.
Conforme informações da Guarda Civil Municipal de Pedra Branca, o homem foi levado ao Hospital Municipal São Sebastião para avaliação e tratamento médico. Ele perdeu bastante peso e, em estado debilitado, conseguiu procurar ajuda em uma casa próxima, onde um cidadão entrou em contato com a família para informar sua localização.
Nas redes sociais, Sil Costa, irmã do homem, compartilhou a notícia do resgate e agradeceu a todos que ajudaram nas buscas.
“Encontramos meu irmão com vida. Eu quero primeiramente agradecer a Deus por esse milagre que foram 50 dias que meu irmão ficou perdido na mata se alimentando de maracujá do mato, peixe cru, essas coisas que ele nos contou.”
Desde o desaparecimento, a família fez campanhas contantes nas redes sociais para tentar encontrar José Cristóvão. Sil Costa, muito feliz, agradeceu ao empenho de todos que contribuíram de alguma forma nas buscas.
“Nesse momento este vídeo é para agradecer. A cada um de vocês que tiraram um tempinho pra compartilhar, pra nos ajudar nas buscas, a todas as autoridades que nos ajudaram, meu muito obrigado. Eu quero agradecer a Deus por esse milagre e a família da Dona Vera, que foi a família que deu esse suporte, que encontrou o meu irmão. Primeiramente viu ele, meu irmão, pediu ajuda e eles imediatamente entraram em contato comigo. Nós da família já corremos para lá e conseguimos encontrar o meu irmão. Eu não tenho palavras pra agradecer a essa família. Eu não tenho palavras pra agradecer a cada um de vocês que nunca desistiram com a gente e as autoridades que a todo momento deram todo o suporte”, disse a irmã de José Cristóvão.
Em entrevista a jornalista Patrícia Calderón, o delegado titular de Pedra Branca, Fabiano Silva Azevedo, disse estar feliz em ter participado da busca de José Cristóvão e agradeceu o empenho dos colegas de trabalho da 12ª DHPP (Delegacia de homicídios e Proteção a Pessoa).
“A minha gratidão aos meus colegas nesse resgate, em especial doutor augusto soares – delegado titular que não desistiu da busca. São 22 anos de polícia, a gente ainda se emociona em saber que pode colaborar com o outro. Ficamos todos emocionados quando o encontramos. Fiquei ansioso porque os dias se passavam e nada. Passou um mês e realmente começamos pensar no pior. Até material genético recolhemos da família, caso ele fosse encontrado sem vida”, disse o delegado.
José já está em casa, com a família, ainda apresentando confusão mental. Conforme reportagem da jornalista Patrícia Calderón, ele disse estar seguro agora e que não pretende voltar a São Paulo.
“Tive medo de morrer e ninguém me achar, essa foi a minha maior preocupação. As pessoas achavam que eu queria roubar, acho que por isso não me ajudaram antes. Eu sou trabalhador, só estou com a minha cabeça confusa. Agora estou melhor com a família. Comi muito maracujá, água contaminada dos açudes, casco de mel. Eu tô bem graças a Deus e seguro agora. Não quero mais voltar para são Paulo, quero ficar aqui em casa. O momento agora é de me cuidar”, desabafou José
Segundo a irmã, José deve continuar amparado para um diagnóstico correto sobre o seu estado mental de saúde.
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