Líderes africanos devem pressionar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta sexta-feira (28), a retomar o acordo de exportação de grãos ucranianos e iniciar um plano de paz para acabar com a guerra na Ucrânia. Representantes de 49 países africanos participam do segundo dia da 2ª Cúpula Rússia-Africa, que acontece em São Petersburgo.
Parcialmente isolado no cenário internacional desde a invasão militar na Ucrânia, em fevereiro de 2022, Putin conta com a parceira China e com o apoio de países africanos. Embora não critiquem abertamente a Rússia pela invasão da Ucrânia, países africanos se preocupam com as consequências da guerra, especialmente sobre o impacto provocado nos preços dos alimentos.
“A iniciativa africana (de paz) merece a maior atenção, não deve ser subestimada”, disse o presidente da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, a Putin e outros líderes africanos. “Mais uma vez, pedimos com urgência a restauração da paz na Europa”, disse.
O Kremlin informou que o tema Ucrânia será discutido em um almoço de trabalho entre Vladimir Putin e um grupo de chefes de Estado africanos nesta sexta. Putin disse ainda que respeita a proposta de paz africana e vai estudá-la “cuidadosamente”. É esperado que, ao fim da cúpula, uma declaração final estabeleça as “abordagens coordenadas para o desenvolvimento da cooperação russo-africana”.
Na abertura do evento, na quinta-feira (27), o líder russo prometeu o envio gratuito de até 50.000 toneladas de grãos para seis países africanos. “Nos próximos meses poderemos garantir remessas gratuitas de 25.000 a 50.000 toneladas de grãos para Burkina Faso, Zimbábue, Mali, Somália, República Centro-Africana e Eritreia”, disse ele, em um discurso transmitido pela televisão russa.
Nos últimos anos, o Putin tenta fortalecer seus laços e influência com países da África por meio da presença do grupo paramilitar Wagner. Mas a rebelião do grupo na Rússia no final de junho levanta dúvidas sobre o futuro de sua influência no continente.
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Lula recusa convite de Putin para ir a fórum econômico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou, por telefone, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e reforçou a posição do Brasil para as negociações de um acordo de paz entre russos e ucranianos. Lula recusou o convite de Putin para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, evento que ocorre desde 1997 na cidade russa. A edição de 2023 será entre 14 e 17 de julho.
Desde o início do mandato, Lula articula com diversos países apoio para o fim do conflito na Ucrânia.
“Agradeci a um convite para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir à Rússia nesse momento, mas reiterei a disposição do Brasil, junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz”, escreveu o presidente em publicação nas redes sociais.
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