“É no pique e na agilidade”, “É bala, muita bala!”, quem nunca ouviu esses e outros bordões ao acompanhar matérias policiais da TV Cidade de Fortaleza ao longo das últimas duas décadas? Com seriedade, mas sem deixar de lado a irreverência, o repórter Águia Dourada, sempre trajando sua capa, marcou história e ficou eternizado pelas coberturas tocantes que retratam a realidade da sociedade cearense.
No aniversário de 45 anos do Grupo Cidade de Comunicação, comemorado neste dia 30 de agosto, Águia Dourada recebeu a visita da repórter Mara Rodrigues e deu detalhes sobre sua vida, o que tem feito e como está o seu estado de saúde, após ter deixado de fazer reportagens para a TV desde junho de 2021.
“Eu tenho andado por aqui, nos últimos dois anos tem sido uma vida que eu não contava. Tenho um câncer de pulmão, um enfisema pulmonar muito forte, além de depressão e ansiedade, é um problema sério que atinge a gente e deixa a gente fraco. Não saio para outro canto que não seja hospital para fazer exames e são muitos exames”, detalhou.
Em casa passando por tratamento, Águia Dourada, já no início da entrevista, fez questão de expressar gratidão às pessoas que têm demonstrado apoio a ele durante esse processo difícil pelo qual o apresentador vem passando.
“Quero agradecer à minha mulher, a Luciana, e à minha sogra que têm cuidado de mim, aos meus amigos, a Deus todo-poderoso e aos meus amigos do Grupo Cidade de Comunicação, a direção que não tem me abandonado nenhum minuto”, afirma ele emocionado.
Ao falar sobre saudade, Águia Dourada relembrou as matérias de cunho humorístico em que muitas vezes se fantasiava, assumindo os mais variados personagens e interagindo com o público em meio ao carnaval, parada LGBTQIA+, entre outros eventos ou mesmo na Praça do Ferreira, onde muitas vezes mostrou a sua irreverência e também fez parte da gaiatice do povo cearense, em suas entrevistas por muitas vezes inusitadas.
Mas um caso específico mostrado pelo repórter foi considerado por ele um dos mais delicados de se fazer e que deixou marcas inesquecíveis. A matéria em questão foi sobre o assassinato de uma criança de apenas quatro anos, morta com tiros no rosto em uma comunidade na Praia do Futuro.
Previsão de retorno à TV
Fora da televisão há dois anos, Águia Dourada não cravou uma data específica para voltar a fazer matérias, mas deixou um mistério no ar.
“Vocês vão ver, eu vou voltar, mas vou voltar no pique e na agilidade. Voltar para passar uma semana, ou mês, isso eu não vou fazer, pois enganaria esse público maravilhoso que tem perguntado pelo Águia”, diz.
O repórter deixou uma mensagem para os admiradores pedindo orações e apoio dos milhares de telespectadores cearenses que o acompanharam durante tantos anos.
“Eu queria pedir do fundo do coração que você ore por mim. Não importa a sua religião, o que importa é que esse homem aqui está precisando do seu carinho, da sua oração. Eu tenho o Grupo Cidade ao meu lado, eu tenho meus grandes amigos do meu lado, mas preciso da sua oração, do seu carinho para vencer, estou vencendo, talvez demore mais um pouquinho, mas tenho certeza absoluta que vou alegrar vocês que são ligados no Cidade 190, no Cidade Alerta, todos que fazem o Grupo Cidade de Comunicação”, finaliza.
Matérias de Águia Dourada caíram no gosto do público
As matérias feitas pelo irreverente repórter caíram no gosto do público. No YouTube e nas redes sociais, canais e páginas replicam cenas de Águia Dourada em reportagens sobre o cotidiano de garotas de programa e assaltos.
“Fiz matérias de cueca mostrando como o povo é roubado. Passou na Record, em todos os programas. Em outras matérias, eu gravei saindo de um caixão para mostrar para o jovem qual é o destino de quem escolhe o crime”, relembra o comunicador.
Uma das reportagens mais inusitadas, segundo a avaliação de Águia Dourada, contou com a parceria de longa data com Roberto César, ex-repórter do Cidade 190 e apresentador do Cidade Alerta Ceará, falecido em meados de 2016.
“A gente fez uma matéria mostrando o lado do rico e do pobre. A TV Cidade alugou uma limusine e eu fiz papel de um árabe. O nosso saudoso Roberto cobria a matéria e a gente foi até um hospital particular, eu fingindo ser um árabe que tinha passado mal em um avião. Só perceberam que era o Águia quando eu já estava rodeado de médicos. Depois mostramos o lado do pobre, como ele é tratado”, relembra.
Assista à entrevista completa com o repórter Águia Dourada no Cidade 190:
Leia também | TV Cidade é homenageada pelos 45 anos em sessão solene na Câmara Municipal
>>Acompanhe o GCMAIS no YouTube<<<