A Avenida Oliveira Paiva, um dos principais corredores de tráfego em Fortaleza, está passando por um pacote de melhorias de mobilidade, incluindo a renovação da sinalização em 29 cruzamentos. Com um fluxo diário de aproximadamente 45 mil veículos, essa via desempenha um papel crucial na ligação entre a Av. Washington Soares e a BR-116. As obras tiveram início nesta quinta-feira (31).
Além da revitalização da sinalização, essas intervenções de segurança viária também incorporam aperfeiçoamentos como a repintura das travessias diagonais no cruzamento com a Av. Desembargador Gonzaga, a instalação de repetidores semafóricos para ampliar a visibilidade dos sinais e a introdução de três novos estágios para pedestres na Av. Oliveira Paiva nas interseções com as ruas Dr. José Furtado, Pe. Januário Campos e Rua Monsenhor Antero.
Os pedestres também são beneficiados por meio do prolongamento das calçadas em sete cruzamentos: Av. Oliveira Paiva com Rua Teofredo Goiania, Cônego Braveza, Chico Lemos, Walter de Castro, Monsenhor Antero, Visconde Barbacena e Luís Girão. Além disso, estão previstas instalações de tachões para evitar o desrespeito à preferencial, minimizando conflitos e riscos de acidentes.
No contexto dessas melhorias, a velocidade permitida na via será reduzida de 60 km/h para 50 km/h entre a Av. Washington Soares e a BR-116. Essa mudança tem como objetivo garantir um ambiente de tráfego mais seguro. Um período educativo de três meses será oferecido aos motoristas após a conclusão da nova sinalização para que possam se adaptar. Entre janeiro de 2019 e julho de 2023, a Av. Oliveira Paiva registrou 200 acidentes, incluindo um fatal, 166 com feridos e 26 atropelamentos.
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Readequação de Velocidade
A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica o excesso de velocidade como um dos principais fatores relacionados a uma em cada quatro mortes no trânsito. Por esse motivo, a OMS recomenda que a velocidade máxima nas vias urbanas seja de 50 km/h.
Fortaleza tem adotado essa recomendação em cerca de 50 vias, observando melhorias substanciais na segurança viária. Nas vias onde a velocidade foi readequada, houve uma redução de 68,1% no número de acidentes fatais. “A Av. Leste-Oeste, primeira via na capital a adotar 50 km/h, costumava registrar uma média de 11 mortes por ano. Em 2022, não teve nenhum registro”, informou Antônio Ferreira, superintendente da Agência de Mobilidade e Trânsito de Fortaleza (AMC).
Países que obtiveram sucesso na redução de acidentes têm dado prioridade à velocidade segura como uma das estratégias. Em 2014, Nova York reduziu pela primeira vez em sua história o limite de velocidade para 40 km/h em cerca de 90% das vias da cidade, resultando em uma queda de 25% nas fatalidades.
Na Noruega, Oslo implementou um limite de 30 km/h em áreas escolares e, em alguns casos, proibiu o tráfego de veículos nessas regiões. Em 2019, nenhum pedestre ou ciclista foi vítima de acidente fatal na cidade.
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Na Espanha, após um aumento nas mortes de pedestres, ciclistas e motociclistas em 2019, as autoridades anunciaram planos para reduzir o limite padrão de velocidade de 50 km/h para 30 km/h. O parlamento holandês aprovou uma medida semelhante, esperando uma redução de 22% a 31% nas mortes e lesões no trânsito.
Sem impactos no tempo de viagem
Um levantamento da AMC analisou a relação entre a readequação de velocidade nas vias de Fortaleza e o tempo médio de deslocamento. O estudo, que avaliou seis vias submetidas à intervenção, mostrou um aumento de apenas 6,08 segundos no tempo médio de viagem a cada quilômetro percorrido. O dado considerou o tráfego de um dia completo nas avenidas Augusto dos Anjos, Coronel de Carvalho, Osório de Paiva, Bernardo Manuel, Bezerra de Menezes, Jovita Feitosa e José Bastos.
O resultado positivo ajuda a desmistificar a ideia de que a readequação de velocidade – com o intuito de reduzir mortes e lesões graves nas vias – poderia prolongar de forma significativa o tempo de permanência do condutor no trânsito. “Nossas intervenções são norteadas por estudos técnicos e os dados comprovam que a política de readequação da velocidade é uma das mais eficazes para que continuemos diminuindo a violência no trânsito. Essa medida, como as próprias estatísticas mostram, não repercute significativamente no tempo de viagem, mas faz total diferença na preservação de vidas. Afinal, o que são seis segundos para uma vida que é salva?”, enfatiza o superintendente da AMC, Antônio Ferreira.
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