Em agenda no Ceará nesta sexta-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele “não voltará”. A declaração ocorreu no momento em que o chefe do Executivo falava sobre os planos que ainda tem para o Governo.

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“Para quem está no governo, o mandato passa muito rápido, mas para a oposição demora muito. […] O Bolsonaro deve estar coçando as unhas e mordendo porque vai demorar para ele, e ele certamente não voltará”, disse Lula.

No fim de junho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível por oito anos. A decisão se baseia na constatação de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação estatais por parte do ex-mandatário.

Recado ao Banco Central

No início de seu discurso, Lula fez críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e defendeu que “dinheiro precisa circular na mão de muita gente, se ficar parado é concentração de riqueza”. Além disso, o presidente voltou a pedir a redução na taxa de juros.

“Os bancos jogam nas costas dos bons pagadores as dívidas dos bons caloteiros. Não podemos ter medo de emprestar dinheiro para pobre se tivermos um compromisso de ajudar a desenvolver”, complementou.

Lula chamou Campos Neto de “cidadão do Branco Central”. O petista reforçou que ele precisa saber que “é presidente do Banco Central do Brasil, não de outro país”.

“O presidente do Banco Central não foi indicado por nós, o Banco Central agora é autônomo, não tem interferência da Presidência, que podia chamar para conversar. Se ele conversa com alguém, não é comigo, talvez com quem o indiciou. E que o indicou não fez coisas boas para este país”, disse.

Lula no Ceará

O presidente da República esteve em Fortaleza para participar de um evento no Banco do Nordeste. Durante sua visita à capital cearense, Lula esteve presente nas comemorações dos aniversários de dois programas de microcrédito, Credamigo e Agroamigo, que têm como objetivo combater as desigualdades sociais e a pobreza na região nordestina.

“O trabalho que temos no Ceará é feito no Nordeste inteiro, são milhares e milhares de família que sofrem na pele o que as vezes falamos em discursos e teses, sofrem na pele a força bruta da desigualdade, da falta de oportunidade, mas que alegria é ter tido o presidente Lula com o presidente, à época, Robert Smith, e agora o presidente Paulo Câmara. Então, muito obrigado ao Banco do Nordeste, ao Crediamigo e ao Agroamigo”, comentou.

Lula chegou ao Ceará na noite dessa quinta-feira (31). Integravam a comitiva presidencial o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana; o deputado federal José Guimarães, líder do governo na Câmara Federal; e os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

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