Crimes deixaram 11 vítimas na noite de 11 de novembro e madrugada do dia 12, do ano de 2015, na região da Grande Messejana, na capital
Chacina do Curió: oito policiais são absolvidos de participação em ação com 11 mortos em Fortaleza
Oito policiais militares foram absolvidos da acusação de participação nas mortes de 11 pessoas na ação que ficou conhecida como Chacina do Curió, região da Grande Messejana, periferia de Fortaleza. A chacina ocorreu em 2015. O julgamento durou mais de 100 horas e se tornou o mais longo da história do Ceará, segundo o Tribunal de Justiça (TJCE).
Além das mortes, os agentes foram julgados por outros crimes, como tortura física e psicológica. A sentença foi proferida no início da noite desta quarta-feira (6). O Ministério Público vai recorrer da decisão.
O Conselho de Sentença da 1ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza não acolheu a acusação do Ministério Público e absolveu os réus. São eles:
- Francinildo José da Silva Nascimento
- Gaudioso Menezes de Mattos Brito Goes
- Gerson Vitoriano Carvalho
- José Haroldo Uchôa Gomes
- Josiel Silveira Gomes
- Ronaldo da Silva Lima
- Thiago Aurélio de Souza Augusto e
- Thiago Veríssimo Andrade Batista de Moraes
A terceira fase do julgamento está prevista também para este mês de setembro. Mais oito acusados serão submetidos a outro julgamento. Assim, em menos de um mês, 16 acusados do caso devem ser julgados.
Julgamento da Chacina do Curió
O primeiro julgamento da Chacina do Curió terminou na madrugada do último dia 25 de junho com a condenação de quatro policiais militares. São eles: Antônio José de Abreu Vidal Filho, Marcus Vinícius Sousa da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio pelo cometimento de 11 homicídios qualificados consumados, três homicídios qualificados na forma tentada, três crimes de tortura física e um de tortura mental. O julgamento, considerado um dos maiores do estado, durou cinco dias.
“Essa vitória é da nossa periferia, é do nosso povo periférico, é dos nossos jovens. É libertar os jovens das mortes”, afirmou Edna Carla Souza Cavalcante, mãe de Álef Souza Cavalcante, uma das vítimas, após o resultado do primeiro julgamento.
As penas dos quatro réus somaram 1.103 anos e 8 meses de reclusão, com regime inicial de cumprimento fechado. O Poder Judiciário determinou a imediata prisão provisória de todos os condenados e a perda do cargo público de policial militar.
Quem eram as vítimas?
Álef Souza Cavalcante, 17 anos
Antônio Alisson Inácio Cardoso, 16 anos
Francisco Elenildo Pereira Chagas, 40 anos
Jardel Lima dos Santos, 17 anos
Jandson Alexandre de Sousa, 19 anos
José Gilvan Pinto Barbosa, 41 anos
Marcelo da Silva Mendes, 17 anos
Patrício João Pinho Leite, 16 anos
Pedro Alcântara Barroso do Nascimento Filho, 18 anos
Renayson Girão da Silva, 17 anos
Valmir Ferreira da Conceição, 37 anos.
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