Desabamento do prédio completará 4 anos no próximo dia 15 de outubro
Edifício Andrea: após quase 4 anos do desabamento, julgamento dos réus ainda não tem data para acontecer
O desabamento do Edifício Andrea, em Fortaleza, completa 4 anos no próximo dia 15 de outubro e o julgamento dos réus ainda não tem data para acontecer. Dois engenheiros civis – José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira – e um pedreiro – Amauri Pereira de Souza – foram indiciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) ainda em 2021.

Em fevereiro deste ano, seis testemunhas foram ouvidas, dentre elas duas vítimas. Em abril, outras seis testemunhas prestaram depoimento e, em junho, houve a oitiva de duas testemunhas e o interrogatório dos três réus. O processo, agora, aguarda decisão de pronúncia ou impronúncia, que define se os réus serão ou não levados a Júri Popular.
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De acordo com as investigações, nos dias 14 e 15 de outubro daquele ano, quatro pilares do Edifício Andrea receberam intervenções simultâneas, sem a utilização de apoio ou escoras que pudessem auxiliar na redistribuição do peso da construção.
Os peritos concluíram que a queda do Edifício Andrea aconteceu por diversos fatores, como a falta de manutenção adequada no prédio e aumento de carga não prevista no projeto. Mas estas condições teriam sido agravadas pela intervenção inadequada realizada pela empresa que trabalhava na obra.
O MPCE defende que a tragédia poderia ter sido evitada se os profissionais tivessem atentado para as regras de segurança sobre as reformas em edificações.
“Os engenheiros civis José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira e o pedreiro Amauri Pereira de Sousa assumiram o risco de produzir o dramático sinistro quando iniciaram a reparação deixando de escorar o vigamento principal e secundário da edificação, e não evacuaram o prédio, nem mesmo tentaram evacuar, após grande parte do cobrimento do pilar P12 ruir, assumiram o risco e deram causa a desabamento do Edifício Andrea, expuseram em perigo a vida, a integridade física e o patrimônio de todas pessoas que lá residiam e também daquelas que estavam nas imediações, concorrendo eficazmente para os resultados mortes consumadas e lesões físicas das pessoas antes nominadas, além dos prejuízos patrimoniais das inúmeras vítimas”, diz o texto da denúncia à época.
Desabamento do Edifício Andrea
No dia 15 de outubro de 2019, uma tragédia mexia com a vida da cidade de Fortaleza e de todo o Brasil. Eram exatamente 10h28 da manhã daquela terça-feira quando o Edifício Andrea, que ficava no encontro das ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioly, no bairro Dionísio Torres, desabou, soterrando 16 pessoas. Nove delas morreram e outras 7 foram resgatadas com vida dos escombros, num momento que marcou a todos os cearenses, principalmente os familiares, amigos das vítimas, bombeiros e voluntários que trabalharam mais de cem horas no resgate.
Vítimas:
- Maria da Penha Bezerril Cavalcante
- Vicente de Paula Menezes
- Eriverton Laurentino Araújo
- Rosane Marques de Menezes
- Frederick Santana dos Santos
- Izaura Marques Menezes
- Antônio Gildásio Holanda Silveira
- Nayara Pinho Silveira
- Maria das Graças Rodrigues, síndica do prédio
Quem são os réus?
O acidente no Edifício Andrea abriu debates sobre a segurança das edificações, negligências e fiscalizações. Em abril de 2021, um ano e seis meses após o acidente, o Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) decidiu que os dois engenheiros – José Andreson Gonzaga dos Santos e Carlos Alberto Loss de Oliveira – e o pedreiro indiciado pela queda do prédio, Amauri Pereira de Souza, iriam responder por homicídio doloso eventual, ou seja, quando os responsáveis assumem o risco de que o homicídio aconteça.
Eles são apontados como responsáveis pela reforma do prédio, que teria começado 1 dia antes do desabamento. Ainda em 2020, a defesa entrou com recurso para impedir que o caso fosse julgado pelo júri popular.
Novo quartel do Corpo de Bombeiros
Um novo quartel do Corpo de Bombeiros é construído no espaço onde estava localizado o Edifício Andrea, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza. A construção da estrutura teve início no fim de setembro do ano passado, após autorização publicada no Diário Oficial do Estado, no dia 12 de setembro de 2022. Segundo previsto, o investimento é de R$ 2,9 milhões do Tesouro do Estado com prazo de 20 meses para execução, a partir da ordem de serviço.
A companhia 15 de Outubro terá uma área construída 831 metros quadrados, dentro de uma área de 580 metros quadrados, dividida em três pavimentos e subsolo. O projeto inclui sistema de energia solar, cobertura verde, entre outros equipamentos. A estrutura vai permitir reforço operacional dos bombeiros na região dos bairros Aldeota, Dionísio Torres, Meireles, Varjota, Cocó, Guararapes, entre outros bairros adjacentes.
Leia também | Engenheiros e pedreiro do Edifício Andrea são indiciados pelo desabamento
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