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Permissão para venda de plasma humano pode gerar queda de doações de sangue no Brasil, aponta Fiocruz

Permissão para venda de plasma humano pode gerar queda de doações de sangue no Brasil, aponta Fiocruz

Foto: Reprodução

Tramita no Senado Federal uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para permitir que a iniciativa privada colete e processe o plasma humano. O texto, que está atualmente na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), tem sido chamado de PEC do Plasma e, na prática, autoriza a venda de plasma humano pela indústria farmacêutica no Brasil. Atenta à questão, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) se posicionou contra a proposta.

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Em nota, a entidade lembrou que a Constituição brasileira proíbe todo tipo de comercialização de órgãos, tecidos e substâncias humanas. Permitir a venda de plasma humanos, no entendimento da entidade, colocaria em xeque a doação de sangue. Estudos sugerem que quando as doações são remuneradas, as pessoas podem ser menos propensas a doar voluntariamente.

Para a Fiocruz, a prática também traz riscos para a qualidade e segurança do plasma e pode ter implicações nas desigualdades sociais. A comercialização poderia atrair pessoas em situações financeiras difíceis, dispostas a vender seu plasma, além de facilitar o acesso a pessoas que podem pagar, em detrimento daquelas que não têm condições.

Além disso, também segundo a Fiocruz, a comercialização do plasma poderia incentivar movimentos de exportação, o que prejudicaria os brasileiros, deixando o país vulnerável diante de emergências sanitárias.

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Atualmente, a coleta e o processamento do sangue são realizados pela Hemobrás, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, uma estatal criada em 2004, e o SUS presta atendimento a 100% dos pacientes que necessitam de hemoderivados.

O plasma é a parte líquida do sangue e é composto de água, sais minerais e proteínas; representa 55% do volume sanguíneo do corpo humano.

Venda de plasma no Brasil

O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) também se posicionou contra a aprovação. Em nota, divulgada nas redes sociais, o órgão estadual afirmou que incentiva a doação de sangue como um ato voluntário e sem remuneração. “Tal medida significa um retrocesso e fere os princípios da legislação brasileira, que determina a doação de sangue e tecidos como um ato voluntário, altruísta e não remunerado”, disse o Hemoce.

Conforme o Hemocentro, a mudança na Constituição proposta pela PEC “oferece riscos para o atendimento de pacientes e doadores”. O Ministério da Saúde também criticou a matéria, e a ministra Nísia Trindade afirmou que está “trabalhando para que o sangue não seja uma mercadoria”.

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