NOVO MODELO

Economia brasileira ‘suportaria’ semana com 4 dias de trabalho, diz ministro

Segundo ele, o assunto ainda não foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o debate para tratar da nova nova regulamentação da jornada de trabalho “passou da hora”

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9 de outubro de 2023
Igor Silveira

Em audiência na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, nesta segunda-feira (9), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, declarou que a economia brasileira ‘suportaria’ a redução da jornada de trabalho semanal a 4 dias. Segundo ele, o assunto ainda não foi tratado com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas o debate para tratar da nova nova regulamentação da jornada de trabalho “passou da hora”.

Economia brasileira ‘suportaria’ semana com 4 dias de trabalho, diz ministro
Foto: MTE

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“Eu acredito que passou da hora [tratar da nova regulamentação da jornada]. Não tratei disso com o presidente Lula. É a minha opinião, não de governo. Mas tenho certeza que o presidente Lula não iria bloquear um debate, em que a sociedade reivindique que o Parlamento analise a possibilidade de redução da jornada de trabalho sem redução dos salários evidentemente. Eu acho que a economia brasileira suportaria”, disse Marinho.

Em 2023, empresas brasileiras começaram a experimentar a jornada de trabalho semanal de quatro dias. O projeto adotou o modelo batizado de “100-80-100”. Isto é, 100% de salário, 80% de tempo e 100% de produtividade. No Brasil, os testes estão sendo feitos com a Reconnect Happiness at Work

Semana de 4 dias de trabalho

Os trabalhadores querem mais flexibilidade na vida profissional. Isso passa por diminuir o número de dias dedicados ao trabalho. Eles estão, até mesmo, dispostos a fazer concessões para obter tal estrutura. Essas são algumas das constatações obtidas pelo ADP Research Institute na edição mais recente da pesquisa People at Work 2022: A Global Workforce View.

O levantamento ouviu quase 33 mil trabalhadores em 17 países e revela que mais de 7 em cada 10 (71%) gostariam de ter mais flexibilidade na estrutura de seu tempo de trabalho, por exemplo, comprimindo horas em menos dias e dias mais longos. No Brasil, 70% apoiam a iniciativa.

Embora os trabalhadores digam que o salário é o fator mais importante em um emprego, a pesquisa também descobriu que quase a metade dos latino-americanos ouvidos (48%) estaria disposta a aceitar um corte salarial para ganhar mais flexibilidade ou controle sobre a vida profissional, desde que isso melhorasse seu equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Um em cada três (31%) aceitaria um corte salarial para garantir flexibilidade na estruturação de suas horas, mesmo que isso significasse que o total de horas trabalhadas não mudaria.

“Se avaliarmos que 71% dos trabalhadores ouvidos em todo o globo consideraram fazer uma grande mudança de carreira no ano passado, os empregadores que estão abertos e preparados para esse movimento podem se beneficiar ao contratar e reter funcionários”, avalia Mariane Guerra, vice-presidente de RH para a América Latina da ADP, empresa líder global em soluções de gerenciamento de folha de pagamento e gestão de capital humano.

Mariane avalia que os empregadores precisam atentar para esse nem tão novo aspecto do ambiente corporativo: a satisfação das equipes de trabalho. “Os trabalhadores estão demonstrando forte demanda por alternativas inovadoras ao tradicional horário das 8 às 18 horas para se manter comprometidos com sua empresa. Que tal dar a eles mais flexibilidade e controle sobre a rotina?”, questiona a executiva.

Neste momento, há uma lista longa do que os trabalhadores querem de um emprego. Embora o salário seja uma preocupação imediata para muitos, a flexibilidade e a conciliação da vida profissional e familiar também estão muito presentes. “Pode haver um acordo sobre mudanças de salário e outras prioridades. Compreender isso pode ajudar os empregadores a gerenciar demandas em um momento em que atrair e reter funcionários qualificados e talentosos é uma das questões mais críticas para os negócios”, comenta a vice-presidente de RH para a América Latina da ADP.

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