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Musical homenageia Dominguinhos em Fortaleza

Foto: Divulgação

O sanfoneiro pernambucano Dominguinhos é homenageado no musical Dominguinhos: Isso Aqui Tá Bom Demais, que estreou em São Paulo em 2022. O espetáculo chega em Fortaleza para marcar os 10 anos sem o compositor com quatro apresentações, nos dias 20 a 22 de outubro.

O espetáculo foi idealizado pelo diretor Gabriel Fontes Paiva e pela diretora musical Myriam Taubkin. O texto foi criado pela dramaturga e jornalista Silvia Gomez e destaca a emoção do mestre do forró, com uma carreira musical própria, englobando diversos gêneros como o jazz, o pop e a MPB.

Mais de 25 mil espectadores lotaram as 50 apresentações em teatros em São Paulo, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. O elenco vem do universo da música, como é o caso de Liv Moraes, cantora, parceira e filha de Dominguinhos. Compõem o elenco Cosme Vieira, o ator e músico Wilson Feitosa, o compositor e arranjador Zé Pitoco, Fitti e os conhecidos internacionalmente Hugo Linns e Jam da Silva.

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Foto: Divulgação

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“Mergulhar na vida e na obra de Dominguinhos foi uma bênção. É o primeiro projeto do gênero musical que realizamos, Gabriel e eu. Conseguimos entrelaçar o melhor de cada um, nesse nosso ofício: o teatro – no caso dele – e a música, no meu. Ainda mais sendo um musical sobre Dominguinhos, que conheci tão de perto e de cuja obra tenho tanta intimidade”, contou Taubkin.

A dramaturgia explora, inclusive, a combinação entre o documental e o poético. “Há um certo lugar delirante em minhas dramaturgias. Pude expressá-lo no recorte escolhido como procedimento narrativo. Também sou jornalista, e, pela primeira vez, pude combinar em uma peça teatral a minha formação híbrida, entre a dramaturgia e o documento. Ou melhor, pude buscar a vocação narrativa dessa vida e dessa obra tão importantes para a nossa formação cultural e afetiva”, acrescentou.

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Homenagem a Dominguinhos

Já a encenação parte de um jogo entre os atores e músicos, que se alternam, dessa forma, nos papéis de Dominguinhos e das pessoas que fizeram parte da vida dele. “Este jogo tem tudo a ver com a trajetória de Dominguinhos e com a obra dele. Um homem que viveu para trazer alegria para as pessoas e que conseguia contar, inclusive coisas tristes, de uma forma alegre. A encenação parte desta brincadeira com a plateia para que a gente possa transmitir a energia que ele conseguia levar a todos nós. Quem viu Dominguinhos tocar ao vivo sabe do que estou falando e é isso que vamos tentar reproduzir”, explicou Gabriel Fontes Paiva.

Sobre a direção, além disso, Paiva conta que buscou resgatar, dessa forma, grandes referências para a montagem de elementos importantes para o sanfoneiro, como a cidade de Garanhuns, em Pernambuco, onde Dominguinhos nasceu, e os ritmos e as danças, como forró, baião e xaxado.

“Dominguinhos foi um artista universal, que extrapolou suas raízes”, destacou Myriam Taubkin, diretora musical do espetáculo. “Talvez ele seja o músico que mais influenciou acordeonistas no Brasil e no exterior, seja como exímio instrumentista, seja como compositor. O musical traz os clássicos de Dominguinhos e canções que o público não conhece, assim como seus temas instrumentais”, disse sobre o espetáculo, que terá sua apresentação no Cineteatro São Luiz.

Vida de Dominguinhos

Nascido em Garanhuns, em 1941, José Domingos de Moraes iniciou, assim, a carreira ainda na infância. Aos oito anos, apresentou-se, inclusive, para Luiz Gonzaga em um hotel de sua cidade natal, sem saber que tocava, assim, para o Rei do Baião. Aos 13 anos, deixou seu estado com a família para tentar a sorte no Rio de Janeiro.

Em mais de 55 anos de carreira, Dominguinhos gravou 40 discos. No último desses trabalhos, Iluminado Dominguinhos, lançado em DVD em 2010, gravou grande parte de seu repertório instrumental. Gilberto Gil, Elba Ramalho, Wagner Tiso e Yamandu Costa participaram do projeto.

Suas músicas de maior destaque são “Eu Só Quero um Xodó”, “Tenho Sede”, “Isso Aqui Tá Bom Demais” e “De Volta pro Aconchego.

Além disso, Dominguinhos venceu o Grammy Latino duas vezes (em 2002 e 2012); o Prêmio Tim de Música Brasileira duas vezes (em 2007 e 2008) e o Prêmio Shell de Música (2010).

Embora morasse em São Paulo, ele sempre voltou ao Nordeste, desde as primeiras turnês com seus trios no início de carreira; nos muitos anos em que acompanhou Gonzagão; e ao lado de Anastácia. Dominguinhos faleceu no dia 23 de julho de 2013, depois de uma longa luta contra um câncer de pulmão, deixando, assim, um legado inestimável de valorização da música popular e, sobretudo, da cultura nordestina.

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