O Ceará experimentou intensas ondas de calor em setembro, que levantaram preocupações sobre o potencial aumento de casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) associado às altas temperaturas. A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) relatou que historicamente o estado enfrenta temperaturas máximas mais elevadas, especialmente nos meses de setembro, outubro e novembro. Essa situação é caracterizada por dias mais ensolarados, maior radiação solar direta e picos de temperatura, chegando a 38 graus Celsius, principalmente no interior do estado.
Especialistas advertem que, com o agravamento das mudanças climáticas e a maior ocorrência de temperaturas extremas, o risco de AVC tende a aumentar. Portanto, são necessários cuidados adicionais para minimizar esses riscos.
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O médico neurologista Saulo de França, coordenador de AVC do Hospital Regional do Cariri (HRC), enfatiza que a exposição ao calor pode causar a dilatação dos vasos sanguíneos, resultando na queda da pressão arterial e possíveis desconfortos. A desidratação pode tornar o sangue mais viscoso e aumentar os níveis de colesterol, predispondo ao risco de trombose microvascular e AVC, especialmente em pacientes hipertensos e diabéticos.
Além da temperatura, fatores de saúde como colesterol elevado, consumo de álcool, hipertensão, obesidade, sedentarismo e tabagismo podem elevar o risco de AVC, tornando provável durante os dias quentes.
França observa que os idosos são particularmente vulneráveis às temperaturas extremas, uma vez que o envelhecimento enfraquece a capacidade de adaptação do corpo a altas temperaturas.
Altas temperaturas podem aumentar riscos de AVC
Para se proteger do calor, a hidratação é essencial. A exposição prolongada ao calor extremo pode levar à desidratação, que ocorre quando o corpo perde mais líquidos do que recebe. Portanto, a ingestão regular de água, mesmo antes de sentir sede, é fundamental.
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“Além da hidratação, a população pode se proteger seguindo alguns cuidados básicos: usar roupas leves, com cores claras e soltas; evitar o contato direto com o sol, especialmente entre 10h às 16h; se for sair de casa, uso de protetor solar, chapéus, guarda-sol, usar sapatos adequados, principalmente para quem é diabético; e diminuir o tempo de atividade física exposta ao sol”, explica a médica Caroline Cabral, coordenadora da Clínica Médica do HRC.
A população deve estar atenta, especialmente a crianças e idosos, que podem ter dificuldade em comunicar o desconforto causado pelo calor excessivo. Sintomas como câimbras, tonturas, fadiga e náuseas podem ser indicativos de problemas. Em casos graves, como confusão mental, convulsões e para pessoas com doenças cardiovasculares, até mesmo infartos podem ocorrer.
Sobre o AVC
O AVC, que ocorre quando um vaso sanguíneo que leva sangue ao cérebro entope ou se rompe, é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo. No Brasil, no primeiro semestre de 2023, foram registrados mais de 56 mil casos, tornando-se a segunda maior causa de mortalidade no país, de acordo com dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil.
O Hospital Regional do Cariri (HRC) é referência no tratamento de AVC e possui uma equipe multidisciplinar especializada em atendimento de emergência e reabilitação. A prevenção e vigilância atentas ao calor são essenciais para evitar complicações de saúde associadas a temperaturas extremas. Em caso de qualquer desconforto ou sintomas graves, é fundamental procurar assistência médica imediatamente.
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