Presidente do Inep rebateu críticas de políticos e diz que prova é elaborada de forma independente
Enem 2023: 86% das questões criticadas pela direita foram feitas no governo Bolsonaro
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Manuel Palácios, rebateu nesta quarta-feira (8) as críticas de políticos de direita e da bancada ruralista ao Enem 2023. O exame, que foi alvo de ataques por ter questões que tratam da Amazônia e do cerrado, foi elaborado durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Palácios foi chamado à comissão de educação da Câmara dos Deputados para falar sobre o tema. Ele afirmou que a prova é elaborada de forma independente, por um comitê de especialistas, e que as questões são selecionadas a partir de critérios técnicos e objetivos.
“Fazemos o possível para assegurar liberdade e independência na construção desses instrumentos [de avaliação]. A intervenção da presidência do Inep não pode acontecer. Porque, repito, professores são os responsáveis por fazer provas. E o processo de seleção desses professores é público e obedece a um conjunto de regras”, disse Palácios.
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Segundo dados apresentados pelo presidente do Inep, 86% das questões que caíram no primeiro dia do Enem 2023 foram elaboradas durante o governo Bolsonaro. Na prova de linguagens, 43 das 45 questões foram feitas nesse período. Já na de ciências humanas, que causou maior polêmica, 39 dos 50 itens são relativos a produções entre 2019 e 2021.
Na segunda-feira (6), a Frente Parlamentar da Agropecuária publicou nota em que pede anulação de duas questões, que tratam da Amazônia e do cerrado. A nota diz que as perguntas têm viés ideológico, sem “critério científico”, e criam imagem negativa e distorcida do agronegócio.
Palácios afirmou que o Inep está avaliando as críticas feitas à prova e que, se necessário, tomará medidas cabíveis. No entanto, ele ressaltou que o exame é uma avaliação de larga escala e que, por isso, é importante que ele aborde temas relevantes da sociedade.
“O Enem é uma prova que se pretende ser abrangente, que aborde temas que sejam importantes para a sociedade brasileira. Por isso, ele deve abordar temas como meio ambiente, direitos humanos, democracia, entre outros”, disse Palácios.
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