O presidente nacional interino do PDT, André Figueiredo, disse nesta sexta-feira(10), que não reconhece a decisão do juiz Cid Peixoto do Amaral Neto, da 3ª Vara Cível da comarca de Fortaleza, que concedeu liminar ao senador Cid Gomes (PDT) anulando a intervenção do PDT Nacional no Ceará. O mandatário aproveitou para afirmar também que vai abrir processo interno para expulsar o ex-governador do Ceará da legenda.
Cid Gomes havia sido destituído do cargo mediante processo ético-disciplinar movido pela Executiva nacional, que instaurou uma comissão provisória na sigla, tendo o ex-senador Flávio Torres como presidente.
André afirmou, ainda, que vai denunciar o magistrado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por acreditar que Cid Peixoto do Amaral Neto “faz os caprichos de um político, que se acha poderoso”.
“Não reconhecemos a decisão da Justiça do Ceará, que quer acabar com um partido político com a história do PDT no Brasil. O Presidente do PDT-Ceará é Flávio Torres. Nem discutimos. Vamos denunciar os ditames ditatoriais da Justiça do Ceará ao CNJ, na segunda. Faz os caprichos de um político, que se acha poderoso”, afirmou.
E por conta disso, o presidente garantiu que vai abrir processo para expulsar Cid do PDT. “Não íamos fazer isso. Agora, nós vamos”, disparou. As informações são do portal CN7.
Justiça suspendeu liminar e recolocou Cid no comando do PDT/CE
A 3ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza concedeu limitar que suspende o processo aberto pelo PDT Nacional contra o senador Cid Gomes e também a intervenção nacional no diretório estadual do PDT. Com a medida, Cid Gomes volta ao comando estadual do partido.
A intervenção foi aprovada na reunião da Executiva Nacional da legenda, realizada em 27 de outubro de 2023.
O diretório estadual havia pedido a suspensão da resolução do diretório nacional que determina que todas as cartas de anuência só podem ser emitidas com autorização nacional. Porém, com relação a isso, o magistrado negou o pedido, sob a alegação de que seria fundamental ouvir o contraditório, ou seja, os argumentos da executiva nacional pedetista.
PDT Nacional tinha destituído Cid Gomes
O comando nacional do PDT decidiu pela intervenção sobre o diretório do Ceará e destituiu o senador Cid Gomes da presidência estadual do partido, em mais uma reviravolta na disputa interna. Não é a primeira vez que o PDT nacional decide intervir no comando cearense, com o embate se estendendo ao longo das últimas semanas.
“Já aprovamos a comissão provisória, que será presidida pelo ex-senador Flávio Torres”, destacou o deputado federal André Figueiredo, que preside a sigla nacionalmente e é aliado do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes. Cid e Ciro estão em campos antagônicos na disputa pelo poder do PDT Ceará.
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Cid havia sido eleito pela maioria do diretório estadual, após reunião convocada por aliados seus dentro do partido. A eleição interna chegou a ser contestada na Justiça, pelo grupo comandado por Ciro e André.
O capítulo mais recente do embate público entre os dois grupos pedetistas inaugurou uma nova onda de confrontos (dentro e fora da Justiça) quando Figueiredo decidiu voltar atrás no acordo que havia sido firmado entre ele e Cid. Nesse acordo, o deputado, que então acumulava as funções de presidente nacional e presidente estadual da legenda, abriria espaço para Cid comandar o PDT cearense até o fim do ano, quando então Figueiredo voltaria ao comando, apoiado por Cid.
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O acordo foi desfeito após uma reunião do diretório estadual em que o grupo de André ficou insatisfeito com a condução de Cid, chamando-o de ditador. O conflito teria sido iniciado por uma tentativa, por parte do grupo de Cid, de pautar a definição de apoio do PDT ao Governo do Estado, hoje chefiado por Elmano de Freitas (PT). Os aliados de Cid integram a base governista, enquanto André Figueiredo, Ciro e demais aliados fazem oposição ao petista.
Na véspera, nesta quarta-feira (8), o PDT nacional havia revertido decisão votada no mesmo dia pelo PDT estadual, de conceder cartas de anuência a parlamentares da sigla, permitindo que eles saíssem do partido sem penalidade legal. A emissão das cartas havia sido aprovada pelos aliados de Cid, que tentam sair do PDT para migrar – junto com o senador – para outro partido, em meio aos conflitos com o comando nacional. Atualmente, as principais opções avaliadas pelo grupo são o PSB e o Podemos.
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