Um grupo de 43 prefeitos do Ceará decidiu deixar o PDT após uma reunião com o senador Cid Gomes realizada em um hotel na Avenida Beira-Mar de Fortaleza, na tarde desta terça-feira (14). O encontro teve a participação de um total de 46 gestores municipais ligados ao partido, sendo que três deles ainda deverão conversar com suas bases para decidir pela saída ou permanência na sigla, segundo informou a assessoria de Cid Gomes ao Portal GCMAIS.
O bloco de prefeitos alinhado com o senador Cid está em crise com a direção nacional do PDT, que tem o comando do deputado federal André Figueiredo, e a ala liderada por Ciro Gomes, irmão de Cid e Ivo Gomes, que também teria decidido pela desfiliação, nesta terça-feira. Mesmo com a debandada cidista, o próprio Cid ponderou permanecer no partido, pelo menos por enquanto.
O PDT governa 54 municípios, de acordo com representantes do grupo liderado por Cid. As próximas semanas vão ser de diálogo sobre o destino dos gestores e dos parlamentares que pediram desfiliação na última semana.
A crise iniciada no PDT há mais de um ano tem sido marcada por vaivéns judiciais nos últimos meses. Pela via judicial, Cid Gomes e André Figueiredo se alternaram no controle do partido no Ceará, até uma liminar reverter intervenção da direção nacional e devolver o posto ao senador.
Justiça suspendeu liminar e recolocou Cid no comando do PDT/CE
A 3ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza concedeu limitar que suspende o processo aberto pelo PDT Nacional contra o senador Cid Gomes e também a intervenção nacional no diretório estadual do PDT. Com a medida, Cid Gomes voltou ao comando estadual do partido.
A intervenção foi aprovada na reunião da Executiva Nacional da legenda, realizada em 27 de outubro de 2023.
O diretório estadual havia pedido a suspensão da resolução do diretório nacional que determina que todas as cartas de anuência só podem ser emitidas com autorização nacional. Porém, com relação a isso, o magistrado negou o pedido, sob a alegação de que seria fundamental ouvir o contraditório, ou seja, os argumentos da executiva nacional pedetista.
PDT Nacional tinha destituído Cid Gomes
O comando nacional do PDT decidiu pela intervenção sobre o diretório do Ceará e destituiu o senador Cid Gomes da presidência estadual do partido, em mais uma reviravolta na disputa interna. Não é a primeira vez que o PDT nacional decide intervir no comando cearense, com o embate se estendendo ao longo das últimas semanas.
“Já aprovamos a comissão provisória, que será presidida pelo ex-senador Flávio Torres”, destacou o deputado federal André Figueiredo, que preside a sigla nacionalmente e é aliado do ex-governador e ex-ministro Ciro Gomes. Cid e Ciro estão em campos antagônicos na disputa pelo poder do PDT Ceará.
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Cid havia sido eleito pela maioria do diretório estadual, após reunião convocada por aliados seus dentro do partido. A eleição interna chegou a ser contestada na Justiça, pelo grupo comandado por Ciro e André.
O capítulo mais recente do embate público entre os dois grupos pedetistas inaugurou uma nova onda de confrontos (dentro e fora da Justiça) quando Figueiredo decidiu voltar atrás no acordo que havia sido firmado entre ele e Cid. Nesse acordo, o deputado, que então acumulava as funções de presidente nacional e presidente estadual da legenda, abriria espaço para Cid comandar o PDT cearense até o fim do ano, quando então Figueiredo voltaria ao comando, apoiado por Cid.
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O acordo foi desfeito após uma reunião do diretório estadual em que o grupo de André ficou insatisfeito com a condução de Cid, chamando-o de ditador. O conflito teria sido iniciado por uma tentativa, por parte do grupo de Cid, de pautar a definição de apoio do PDT ao Governo do Estado, hoje chefiado por Elmano de Freitas (PT). Os aliados de Cid integram a base governista, enquanto André Figueiredo, Ciro e demais aliados fazem oposição ao petista.
Na véspera, nesta quarta-feira (8), o PDT nacional havia revertido decisão votada no mesmo dia pelo PDT estadual, de conceder cartas de anuência a parlamentares da sigla, permitindo que eles saíssem do partido sem penalidade legal. A emissão das cartas havia sido aprovada pelos aliados de Cid, que tentam sair do PDT para migrar – junto com o senador – para outro partido, em meio aos conflitos com o comando nacional. Atualmente, as principais opções avaliadas pelo grupo são o PSB e o Podemos.
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