Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) revela que 46,2% das moradias no Brasil enfrentam privações relacionadas ao saneamento. Com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada Anual (PNADCA) de 2022, produzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estudo, conduzido pelo Instituto Trata Brasil, destaca que, entre as 74 milhões de residências analisadas, 8,9 milhões não têm acesso à rede geral de água, 16,8 milhões recebem água de forma insuficiente, 10,8 milhões carecem de reservatório, 1,3 milhão não possui banheiro e 22,8 milhões não contam com coleta de esgoto.
A análise das cinco privações (acesso à rede geral, frequência insuficiente de recebimento de água, falta de reservatório, ausência de banheiro e falta de coleta de esgoto) revela que 53,8% das residências não enfrentam nenhuma privação. No entanto, 25,2% enfrentam uma privação, 9,9% duas, 9,3% três, 1,4% quatro e 0,4% cinco privações.
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A falta de saneamento não apenas compromete as condições de vida, mas também impacta na saúde da população, especialmente crianças, jovens e adultos. As privações, como a falta de água tratada e a exposição ao esgoto, contribuem para a incidência de doenças.
Saneamento no Brasil
A pesquisa aponta que os estados mais afetados pela falta de acesso à rede geral de água são o Pará (3,9 milhões de pessoas), seguido por Minas Gerais (2,3 milhões), Bahia (2,1 milhões), Pernambuco (1,8 milhão) e Rio de Janeiro (1,7 milhão). Diferenças também são observadas entre grupos étnicos, com 9,8% dos brancos afetados, 11,1% dos pretos, 9,6% dos amarelos, 15,9% dos pardos e 18,9% dos indígenas.
Quanto ao abastecimento irregular de água, Pernambuco lidera com 6,3 milhões de pessoas afetadas, seguido pela Bahia (5,6 milhões), Pará (4,6 milhões), Rio de Janeiro (4,5 milhões), Minas Gerais (3,8 milhões) e São Paulo (3,3 milhões). A pesquisa mostra variações nos impactos por grupo étnico, com 17,9% da população branca afetada, 24,3% da preta, 20,4% da amarela, 29,5% da parda e 32,5% da indígena.
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Outros dados indicam que a falta de reservatório de água afeta mais pessoas no Rio Grande do Sul (4,7 milhões), São Paulo (3,8 milhões), Pará (2,7 milhões), Paraná (2,2 milhões) e Maranhão (2,1 milhões). Por sua vez, a privação de banheiro atinge uma maior população no Pará (983,5 mil pessoas), Maranhão (916,1 mil), Bahia (540 mil), Amazonas (353,9 mil) e Piauí (335,5 mil). A falta de coleta de esgoto é mais intensa no Pará (7,02 milhões), Bahia (6,4 milhões), Maranhão (5,4 milhões), Ceará (4,4 milhões) e Minas Gerais (4,07 milhões).
Os dados revelam desafios significativos no acesso a serviços básicos, alertando para a necessidade de medidas urgentes para melhorar as condições de saneamento no país.
*Com informações da Agência Brasil.
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